Natal em forma

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Foi aberta a temporada de comemorações. É confraternização no trabalho, festinha com os amigos, em família, viagem de réveillon… E claro: tudo regado a muitos comes e bebes (senão não tem graça). Portanto, dieta é um assunto que passa longe das nossas prioridades nesta época do ano. Para ninguém abrir mão dos prazeres da vida e da mesa, fomos buscar dicas e alternativas lights para a sua ceia.

Está certo que o momento não é propício para seguir um regime. E emagrecer ou, pelo menos, não engordar são tarefas das mais difíceis. No entanto, o verão já está batendo à porta e segurar a balança faz-se necessário. Durante as ceias, uma boa estratégia, segundo Sônia Almeida, nutricionista do Vigilantes do Peso, é controlar a quantidade de comida ingerida. “A variedade é grande. Então, comemos mais do que o necessário. O ideal é se servir de saladas de folhas verdes, com molhos light, e optar por carnes brancas, como peito de peru e chester”, indica a nutricionista. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), afirma que a carne do peru é, de fato, mais leve, mas lembra: “O peru não vem recheado da granja, uma boa sugestão para o recheio deste prato é abusar da rúcula e do tomate”, aconselha.

O preparo do alimento também é determinante. Devemos evitar fritá-lo e encharcá-lo de óleo, mesmo sendo com azeite extra-virgem, pois o consumo excessivo de gordura é o que leva à descompensação das taxas lipídicas

Diante da fartura, contentar-se com uma singela fatia de peru requer muita força de vontade. As delícias natalinas se exibem na mesa, lombinho recheado, pernil assado, tender com abacaxi. Mas, para quem quer manter a forma, as carnes derivadas do porco não são a melhor alternativa. “Elas possuem um conteúdo de gordura saturada muito elevado, devem ser evitadas até mesmo nas festas”, aconselha o nutricionista Leonardo Haus.

Mas nem toda tradição à mesa significa uma ameaça à dieta saudável. O bacalhau, por exemplo, é um dos pratos que contam com o aval dos nutricionistas. A carne tem a melhor relação proteína versus gordura. Leonardo Haus, porém, alerta que ele deve ser muito bem dissalgado antes de ser consumido. “O preparo do alimento também é determinante. Devemos evitar fritá-lo e encharcá-lo de óleo, mesmo sendo com azeite extra-virgem, pois o consumo excessivo de gordura é o que leva à descompensação das taxas lipídicas, agravando o colesterol”, adverte.


Frutas na balança

Apesar de calóricas (cada 100g possuem cerca de 600 calorias), castanhas, nozes e avelãs estão liberadas para um consumo parcimonioso. O atenuante é que elas são ricas em ômega 3, uma gordura extremamente benéfica a todo sistema cardiovascular – além de serem também ótimas fontes de vitamina E, uma aliada no combate ao envelhecimento pelo seu poder antioxidante. E tem mais: “A ômega 3 também atua nos níveis de colesterol, principalmente o HDL (o bom colesterol), age positivamente no tratamento de displasia mamária e ajuda na proteção contra o câncer de mama”, informa Leonardo Haus.

Para quem está de olho na balança, as frutas secas também pesam no cardápio. Elas possuem alta concentração de frutose e ainda sofrem perda de nutrientes. “Durante a secagem, essas frutas perdem as vitaminas C e as do complexo B. Assim, é recomendável combinar as frutas ‘in natura’ com as secas. A combinação será mais saudável e garantirá menos calorias”, explica Dr. Durval Ribas Filho.

Por mais que você jure que nem mesmo o banquete de Natal será capaz de lhe afastar da meta do corpo sarado, no dia seguinte, o cheiro daquela rabanada quentinha se torna uma tentação irresistível. Mas não esmoreça, segure firme a boca porque o quitute é realmente calórico. “Carboidrato, açúcar e fritura, uma mistura bombástica para a saúde. Essa junção promove uma elevação abrupta das nossas taxas lipídicas”, alerta Leonardo Haus. A boa notícia é que, com alguns truques, a rabanada nossa de cada Natal fica preservada. “A rabanada feita no forno, e não imersa na fritura, é uma boa alternativa, já que não tem diferença de sabor e é bem menos calórica do que a tradicional”, revela a nutricionista Sônia Almeida.

E como é tempo de comemorar, as bebidas não podem faltar. Dr. Durval apenas aconselha que se troque os vinhos brancos suaves, adocicados, pelos tintos ou brancos secos. Afinal, com moderação, quase tudo pode ser apreciado.