Ainda vejo muita desinformação acerca da chamada “Nova Medicina”, uma verdadeira revolução, sem precedentes, na arte de curar. Para começar, se houver necessidade, ela pode e deve ser utilizada com outras formas de terapia, inclusive com remédios alopáticos corriqueiros. Basta sempre informar o seu médico sobre qual o tipo de tratamento a que você está se submetendo.
A Homeopatia é uma concepção de Medicina muito mais abrangente e é também especialidade médica, por isso só deve ser exercida por médicos (dentistas e veterinários também, nas suas respectivas áreas de atuação, claro!). Seus remédios são poderosos e é necessário muita prática e cuidado para não causar danos à saúde. Deve-se também, evitar a automedicação.
Ao contrário do que é dito por aí, a Homeopatia não é lenta e nem se presta apenas às doenças crônicas. Na minha opinião, comparando as terapias que exerço em minha rotina médica, não conheço nenhuma que tenha efeito mais rápido do que ela. O intuito desta prática é curar definitivamente e quando isso não é possível, regular o organismo para que ele funcione corretamente durante o período mais longo que puder.
A Homeopatia deve ser, a partir de agora, reconsiderada como uma terapia de primeira escolha, porque ela ajuda o restabelecimento da saúde e protege contra recaídas posteriores
Hahnemann, o fundador da Homeopatia, dizia assim: “A mais elevada e única missão do médico é tornar saudáveis as pessoas, o que se chama curar”. E ele ia além: “O mais alto ideal da cura é o reestabelecimento rápido, suave e duradouro da saúde ou a remoção e destruição integral da doença pelo caminho mais curto, mais seguro e menos prejudicial, segundo fundamentos nitidamente compreensíveis.” Notem que a palavra “rápido” foi frisada por ele, como um dos objetivos para o processo real de cura. Os “fundamentos nitidamente compreensíveis” dão à Homeopatia caráter científico e experimental, e não algo esotérico ou místico, como, falsamente, querem alguns.
Como age
A Homeopatia se baseia na “cura pelos semelhantes”. Funciona assim: aplica-se um medicamento que promove sintomas semelhantes àqueles que se quer combater. Isso estimula o organismo a responder de forma mais rápida, além de deixá-lo mais alerta para um mal igual no futuro que, caso retorne, o fará de forma mais amena ou com intervalos maiores do que estamos “acostumados”.
Por exemplo, quando somos acometidos por uma doença aguda ou um resfriado, nós apresentamos sintomas como dores pelo corpo, febre, calafrios, espirros, coriza etc. Estas são manifestações ou efeitos de uma doença e não uma doença em si. Se não fizermos nada, ela se curará espontaneamente na maioria dos casos. Nós tomaremos antitérmicos, analgésicos etc, que combatem os sintomas – isso nos dá conforto, enquanto o nosso próprio organismo resolve o desequilíbrio propriamente dito. Se o organismo não resolve, essa doença se transforma em outra mais grave ou a doença se torna crônica.
Com a Homeopatia, além de combatermos os sintomas, ainda reforçamos o organismo para uma cura mais rápida e para a defesa contra doenças posteriores. Portanto, ela é preventiva também. Não é incomum nossos pacientes dizerem que não contraíram tal doença infecciosa, apesar de entrarem em contato freqüentemente com pessoas portadoras.
A Homeopatia ficou “famosa” por causa da doença crônica, porque esta é o grande desafio da Medicina. Como os remédios sintomáticos apenas contemplam sintomas, que retornam após o efeito da medicação cessar, havia uma nova forma de curar que estimulava o organismo para resolução da doença de forma definitiva.
Tratando a doença
Para nós, homeopatas, existe primeiro uma propensão ao adoecimento e, se o organismo não for estimulado como o faz a Homeopatia, a doença virá de novo e de novo, sempre se agravando e se aprofundando.
O intuito da Homeopatia não é somente retirar sintomas, enquanto a doença segue seu curso. Hoje em dia, a palavra cura está cada vez mais em desuso, fala-se muito em “controle” ou “paliativos”. É claro que toda a terapia tem suas limitações e indicações e com a Homeopatia não seria diferente.
Todos os tipos de atitudes terapêuticas devem ser respeitadas e utilizadas. Cabe ao médico bem informado com relação a todas elas, indicar o tratamento adequado em cada caso.
A Homeopatia deve ser, a partir de agora, reconsiderada como uma terapia de primeira escolha, porque ela ajuda o restabelecimento da saúde e protege contra recaídas posteriores. Ela dá enfoque à individualidade física, mental, afetiva, de vida, de comportamento, enfim, às características próprias e exclusivas. Por isso é que o interrogatório da Homeopatia é tão peculiar e completo.
Ao perguntar sobre todas essas coisas e a querer saber de “tudo”, o médico cumpre sua missão de forma mais profunda, porque induz seus pacientes a se observarem, o que é, em ultima análise, um processo de auto-conhecimento.
Há ainda muitos esclarecimentos e muita coisa a ser dita. Qualquer dúvida, escrevam! Fiquem bem e até a próxima!
Dr. Luiz Felipe D. Guimarães é médico homeopata, especialista em clínica médica, membro da Federação Brasileira de Homeopatia. Possui especializações nas áreas de terapia ortomolecular, acupuntura e fitoterapia.