Ter o Mounjaro no Brasil é algo esperado por muitos, mas é preciso lembrar que, a princípio, ele só foi aprovado no País para o tratamento de diabetes, e não obesidade
Já popularmente apelidado de “Ozempic dos ricos”, o Mounjaro, cujo princípio ativo é a Tirzepatida, ganhou data para chegar ao Brasil. A medicação já foi aprovada há meses pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o controle do diabetes – mas é aguardado especialmente por seus efeitos inéditos no tratamento de obesidade, com redução de 20% do peso corporal em estudos comparativos.
Venda de Mounjaro no Brasil tem data para começar
O Mounjaro (Tirzepatida), desenvolvido pelo laboratório Eli Lilly, ganhou data para chegar às farmácias brasileiras recentemente. Em 7 de junho, o medicamento que já teve um de seus usos aprovados pela Anvisa há meses estará disponível para pacientes – e a informação foi confirmada pela empresa à revista “Veja”.
A chegada do Mounjaro no País é muito aguardada especialmente pelo uso que, por enquanto, é considerado “off label” no Brasil. Apesar da medicação também ser indicada pelo fabricante para o tratamento de obesidade, ele está, por enquanto, direcionado apenas para o tratamento de diabetes em território nacional. Na Europa e nos Estados Unidos, seu uso para perda de peso já foi aprovado.
Preço do Mounjaro no Brasil
O valor do Mounjaro no Brasil deve variar de acordo com a dosagem e a quantidade de canetas por embalagem, bem como os impostos de cada Estado. Conforme estabeleceu a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) em 2024, o preço deve ficar entre R$ 1.677,10 e R$ 3.782,17. Ainda não há, porém, confirmação dos valores.
Perda de peso com Mounjaro, apelidado de “bariátrica química”
O Mounjaro age sob o princípio ativo Tirzepatida, “concorrente” da Semaglutida (Ozempic e Wegovy) e da Liraglutida (Victoza). Essas substâncias tratam o diabetes – mas são mais conhecidas pelo uso para perda de peso. O Wegovy, no entanto, é o único deles que já circula no Brasil com indicação e aprovação para tratamento de obesidade.
Todos esses princípios ativos atuam prolongando a sensação de saciedade no corpo e equilibrando os níveis de açúcar no sangue. O impacto que cada um deles tem na perda de peso, porém, é diferente: enquanto a Semaglutida é um análogo do hormônio GLP-1, a Tirzepatida (Mounjaro) é um análogo tanto do GLP-1 quanto do GIP. Isso a torna mais “potente”, e os resultados obtidos em estudos clínicos foram impressionantes.
Durante a fase de desenvolvimento, em 2022, o medicamento ajudou pacientes a perderem de 16% a 22,5% do peso corporal, algo que variou conforme a dose administrada (de 5 mg a 15 mg semanais). Isso se assemelha aos resultados obtidos, por exemplo, com a cirurgia bariátrica, indicada para o tratamento de obesidade, mas bastante agressiva.
Outra vantagem da Tirzepatida é a de que ela demonstrou gerar uma perda de peso uniforme em pessoas com diferentes índices de massa corporal (IMC). Isso significa que o emagrecimento aconteceu independentemente do peso inicial do paciente, bem como do número de condições de saúde ligadas à obesidade.
De acordo com os estudos, a média de perda de peso em quilos foi a seguinte:
- Pacientes com 27 a 30 kg de sobrepeso por m² e peso médio de 80,7 kg perderam de 13,15 a 13,6 kg;
- Pacientes com 30 a 35 kg de sobrepeso por m² e peso médio de 89,8 kg perderam de 14,9 a 19,5 kg;
- Pacientes com 35 a 40 kg de sobrepeso por m² e peso médio de 103,4 kg perderam de 15,4 a 25,4 kg;
- Pacientes com 40 kg de sobrepeso por m² e peso médio de 127 kg perderam de 19,9 a 29 kg.
É importante lembrar, porém, que apesar dos resultados animadores, esse e outros medicamentos semelhantes requerem acompanhamento médico. Eles têm, como qualquer medicação, efeitos colaterais potencialmente graves.
Além disso, o tratamento da obesidade é multidisciplinar e não envolve apenas medicação, mas sim uma mudança consistente no estilo de vida. Diante de dúvidas, consulte um médico endocrinologista de confiança.
