Jejum extremo feito por Deborah Secco para emagrecer muito em poucos dias é perigoso?

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A atriz Deborah Secco declarou ter feito jejum intermitente no período pós-parto para perder medidas rapidamente. Segundo a nutricionista responsável pela dieta da atriz, ela queria secar antes de posar para a capa de uma revista e, por isso, seguiu a polêmica estratégia de emagrecimento por uma semana.

No processo, a famosa chegou a fazer uma refeição por dia, seguindo a filosofia “coma só quando tiver fome e até quando se sentir saciada”. Assim, houve dias em que ela ficou 23 horas em jejum absoluto, segundo revelou à revista Glamour.

Sem restrições calóricas, a alimentação de Deborah se baseou na dieta paleolítica, que prioriza proteína e gordura natural. Como fontes de carboidrato, são liberados apenas alguns alimentos e em quantidades muito restritas, como raízes, verduras, legumes e algumas frutas.

Mas, será que manter uma reserva alimentar até a próxima refeição é uma forma saudável e eficiente de perder peso? A nutricionista consultada pelo Bolsa de Mulher explica quais são os efeitos desse método no seu organismo.

Tempo ideal entre as refeições 

Nem mesmo a comunidade de nutricionistas chega a um consenso em relação à quantidade de refeições que uma pessoa deve fazer para manter alimentação saudável.

A nutricionista e apresentadora Bela Gil, por exemplo, já afirmou que a regrinha de se alimentar de 3 em 3 horas, de fato, sobrecarrega o corpo. Outros especialistas defendem que 3 refeições principais intercaladas com pequenos lanches é a fórmula ideal para o controle de peso.

Fato é que, no caso da perda de peso pós-parto de Deborah Secco, ela já estava seguindo uma dieta paleolítica, em que há pouco consumo de carboidrato e excesso de gorduras naturais.

Um dos princípios da dieta é comer uma quantidade livre de calorias de grupos determinados de alimentos até se sentir satisfeita e, então, só ter outra refeição quando sentir fome novamente.

“Você só pode comer quando tem fome. Essa é a regra número um. Tem que se perguntar: eu comeria a pior comida do mundo agora? Pra mim é peito de frango grelhado. Então eu penso: eu comeria um peito de frango agora? Se sim, é porque estou realmente com fome, e não com vontade de comer”, explicou a atriz em entrevista à revista Glamour.

“Tudo o que é bicho (carne, frango, peixe) e planta está liberado. Eu como bacon todos os dias, por exemplo. Pode comer queijo e ovos. Quando estou com muita fome, com vontade de comer pizza, por exemplo, eu como brócolis, queijo e bacon. Depois disso, duvido que alguém tenha vontade de comer mais alguma coisa. A gordura e a proteína saciam por muito mais tempo”.

De acordo com a nutricionista da famosa, Fernanda Muller, o jejum intermitente foi apenas uma estratégia pontual para emagrecimento.

“Ela iria fazer fotos para uma capa de revista e queria perder peso. Não foi feito durante a gestação. Ela também não estava amamentando, então, fizemos de maneira pontual”.

Fernanda destaca que o jejum já acontece naturalmente para pacientes que fazem dieta paleolítica, já que os alimentos priorizados causam saciedade prolongada. “A pessoa já perde a vontade comer”, explica.

“Antes da dieta, ela comia 6 refeições; depois, foi para 3 e chegou a fazer a cada 23 horas”.

Jejum emagrece de maneira saudável? 

De acordo com a nutricionista e mestre em Saúde Pública Patrícia Cruz, de modo geral, longos períodos de jejum ajudam na perda de peso. Ela afirma, entretanto, que essa técnica tem, geralmente, uma tendência ao efeito rebote.

“Essa a restrição não vai ser mantida a médio e longo prazo. Ninguém consegue ficar 8 horas sem comer”, avalia. “Também não é uma forma segura de redução de peso”.

Para gestantes, o alerta é redobrado. “A mulher precisa de calorias para produção de leite e para se manter bem nutrida”, comenta. “Se ela faz um jejum intermitente dentro da dieta paleolítica, vai ter déficit de nutrientes e vitaminas importantes para o organismo”.

Patrícia esclarece ainda que este método pode potencializar o desenvolvimento de doenças em pacientes obesos. “A Deborah Secco é uma mulher magra; em pacientes obesos, pode desenvolver doenças como diabete e colesterol alto”.

Ela reforça que a adesão é o principal fator que compromete a eficiência do jejum – ou seja, o principal desafio é conseguir seguir o plano e, depois, manter os resultados. A tendência da maioria das pessoas é compensar o período de forte restrição com exageros na alimentação, o que leva ao conhecido “efeito sanfona”.

“Esse tipo de dieta restritiva modifica a formação corporal. Nesta, por exemplo, há perda de gordura sem eliminar massa magra; mas, dietas equilibradas também podem fazer a mesma coisa”.

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