Já conhecido como uma opção mais saudável que o óleo de soja na hora de cozinhar, o azeite de oliva extravirgem teve, agora, outro benefício citado por especialistas. Apesar de haver a ideia de que, ao cozinhar com azeite, ele perde suas propriedades, um estudo recente, que revisou mais de 90 trabalhas científicos, apontou que, além de este hábito ser bom para a saúde, ele ainda preserva os nutrientes dos alimentos durante o processo de cocção.
Cozinhar com azeite extravirgem faz bem para a saúde
Publicado no periódico científico ” Trends in Food Science & Technology” recentemente, uma revisão de estudos sobre o azeite extravirgem mostrou que, além de ele ser bom para o organismo de diversas formas quando usado no preparo de alimentos, ele ainda é capaz de manter características deles que são benéficas para a saúde.
Isso porque, riquíssimo em gorduras monoinsaturadas, o azeite tem, por consequência, grande potencial antioxidante, e isso ajuda a preservar os nutrientes dos alimentos. “Por causa dessa ação, a degradação do azeite é mais lenta em comparação com os demais óleos. E isso protege tanto os nutrientes do próprio azeite como os dos alimentos”, explicou em um comunicado o líder do estudo, o farmacêutico José Fernando Rinaldi de Alvarenga, do Centro de Pesquisas em Alimentos da USP (Universidade de São Paulo).
Para Alvarenga, o azeite de oliva em sua forma extravirgem traz benefícios porque não passa pelos mesmos processos de industrialização que os óleos mais populares no Brasil, como o de girassol, o de soja e o de milho. Seu processamento não envolve aquecimento, apenas processos físicos como prensagem a frio, centrifugação e filtração – todos capazes de preservar os compostos que fazem bem à saúde.
De acordo com o pesquisador, o azeite extravirgem ajuda a evitar que os fitoquímicos sejam oxidados, o que faz com que os alimentos cozidos fiquem mais saudáveis, uma vez que preserva componentes importantes que poderiam desaparecer durante a cocção. Além disso, ele apontou também que os alimentos se tornam ainda mais saudáveis conforme um dos compostos do azeite é transferido para eles – enquanto substâncias dos alimentos se tornam mais fáceis de absorver quando transferidas para o azeite.
“Observamos que, a depender da técnica de cozimento utilizada, o azeite consegue penetrar no alimento e extrair compostos para si. E, por estar no azeite, nosso corpo consegue absorver de uma forma mais fácil, por conta de suas características físico-químicas. Assim como os compostos fenólicos presentes no azeite, por exemplo, podem migrar para o alimento, evitando que sejam desperdiçados no cozimento”, diz Alvarenga.