Estudo analisou dados de quase 500 mil adultos e descobriu que essa mudança na dieta pode beneficiar a expectativa de vida – mesmo que a mudança ocorra aos 70 anos de idade
Um estudo recente publicado no periódico científico Nature Food mostrou que uma mudança específica na dieta pode aumentar a expectativa de vida. Analisando dados de cerca de 500 mil pessoas, a equipe de pesquisadores descobriu que é possível “ganhar”, em média, 10 anos de vida ao reduzir ou cortar o consumo de carne vermelha e bebidas ricas em açúcar. Entenda melhor abaixo:
Cortar dois alimentos da dieta pode aumentar expectativa de vida
A partir da análise de dados do UK Biobank, banco de dados biomédicos do Reino Unido com informações de quase 500 mil voluntários entre 40 e 69 anos, um grupo de pesquisadores descobriu que retirar ou reduzir dois alimentos da dieta pode adicionar em média 10 anos na expectativa de vida de alguém. O estudo se refere principalmente a carne vermelha (especialmente as ultraprocessadas) e bebidas ricas em açúcar, como refrigerantes.

Segundo o estudo, pessoas na faixa dos 40 anos que cortaram alimentos como esses e os substituíram por opções mais saudáveis, como grãos integrais e alimentos ricos em fibra (frutas, verduras, entre outros), ganharam cerca de três anos de vida quase instantaneamente. Ao manter essas mudanças por um período de três anos ou mais, esse tempo aumentou para quase dez anos.
A parte mais animadora da pesquisa é a de que mesmo quem fez essas mudanças alimentares na faixa dos 70 anos de idade também encontrou benefícios. O aumento na expectativa não chegou a dez anos – mas, ainda assim, ficou entre três e quatro.

A principal explicação para o efeito da redução desses alimentos no corpo é o fato de que eles são bastante inflamatórios. Isso aumenta o risco de diversas doenças que, por sua vez, reduzem a expectativa de vida. Enquanto isso, os alimentos que os substituem reduzem esses níveis de inflamação, prevenindo tais condições de saúde.
É importante frisar, porém, que essa redução de consumo ou retirada dos alimentos em questão da dieta não significa necessariamente viver mais. A expectativa de vida é uma média, e há outros fatores além da alimentação envolvidos nela para cada pessoa, como o risco genético de desenvolver algumas doenças, por exemplo. O estudo sugere apenas que mudanças alimentares podem ter grande impacto na saúde e, consequentemente, na longevidade.