Segundo um estudo recente, a sensação abstrata de “aperto no peito” causada pela solidão pode extrapolar a metáfora e ser, inclusive, física. Isso porque, de acordo com o relatório em questão, divulgado recentemente pela Associação Americana do Coração sentir-se sozinho pode afetar negativamente o coração.
Solidão aumenta risco de ataque cardíaco e AVC
Com base em diversos estudos sobre isolamento social publicados até julho de 2021, os pesquisadores responsáveis pela revisão em questão apontaram que a solidão está intimamente associada a um aumento de 29% no risco de ataque cardíaco e/ou morte por doença cardíaca, além do aumento de 32% no risco de acidente vascular cerebral (AVC).
De acordo com os cientistas, existe uma série de fatores que relacionam solidão e riscos de doenças. A falta de conexão social, por exemplo, está associada ao aumento do risco de morte prematura por todas as causas, especialmente entre os homens. O estudo ainda mostra que o isolamento tem ligação direta com marcadores inflamatórios elevados, bem como o aumento de fatores de risco cardiovascular, como obesidade, hipertensão e aumento dos níveis de glicose no sangue.
“O isolamento social e a solidão também estão associados a pior prognóstico em indivíduos que já têm doença coronariana”, afirmou Crystal Wiley Cené, principal autora do estudo, em um comunicado divulgado pela própria associação.
O risco de isolamento é maior com o avanço da idade, mas já é possível observar que a solidão tem aumentado também entre os adultos mais jovens, segundo os pesquisadores. Isso, provavelmente, tem relação com o uso de mídias sociais e, por consequência, menor envolvimento em atividades interpessoais significativas.
É preciso lembrar, porém, que embora o isolamento social e a solidão estejam relacionados, não são a mesma coisa. “Indivíduos podem levar uma vida relativamente isolada e não se sentirem solitários e, inversamente, pessoas com muitos contatos sociais ainda podem sentir solidão”, ressaltou Crystal.