Sob os olhos do público com mais frequência após a morte da mãe, a rainha Elizabeth II, o agora rei Charles III tem chamado a atenção de muita gente por uma característica física. Especialmente nas redes sociais, internautas notaram que, periodicamente, as mãos do monarca incham muito, a ponto da circunferência dos dedos ficar maior que à do anel usado por ele no mindinho – e, segundo especialistas, esta característica pode ser sintoma da certos desequilíbrios no funcionamento normal do organismo.
Mãos inchadas do rei Charles III chamam atenção: o que pode ser?
Em meio à ascensão do então príncipe Charles a rei após a morte da rainha Elizabeth II, a internet notou algo peculiar sobre a aparência do monarca. Ocasionalmente, ele aparece com as mãos bastante inchadas, algo que ocorreu inclusive durante os eventos que sucederam a morte da rainha – mas não é novidade para britânicos, que já observam os “dedos de salsicha” (como o sintoma é geralmente apelidado) de Charles há anos. Diante disso, logo foram levantadas hipóteses para a causa do sintoma – e, a Tá Saudável, o angiologista Thiago Rocha esclarece.
Apesar de muitos presumirem que as mãos inchadas do rei Charles III são um indicativo de consumo exagerado de álcool e até doenças sérias decorrentes do alcoolismo, como cirrose hepática, o médico Thiago Rocha, especialista em cirurgia vascular e membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, afirma que, à primeira vista, o sintoma não parece ter relação com isso. Segundo ele, a conclusão se deve ao fato de que, quando o inchaço se dá por consumo de álcool, ele ocorre em outras partes do corpo.
“Não se parece com problemas de consumo de álcool, tanto que o filho dele já nasceu com os ‘dedinhos de salsicha’. Se fosse álcool, seria uma coisa mais voltada para inchaço no rosto, no pescoço, barriga dilatada. Não me parece que seja este o problema dele”, pontua o médico, afirmando que, com base nas imagens e na forma como as mãos de Charles III incham e desincham periodicamente, a característica parece ter relação com questões genéticas e sedentarismo.
Segundo o angiologista, a primeira hipótese que surge ao observar um sintoma como este em uma pessoa idosa é a de que, com a idade e o sedentarismo, pode haver um déficit de drenagem venosa nos braços. “Pacientes idosos e sedentários movimentam pouco as mãos. Logo, bombeia-se pouco sangue na região, pois os braços ficam para baixo durante muito tempo, e este pode ser um fator que leva a um maior acúmulo de líquido nos dedos”, afirma o médico.
Além disso, o cirurgião vascular explica que, no caso do rei, o contexto em que ele vive desde que nasceu, há mais de 70 anos, contribui para que o sintoma se intensifique. “Por mais que seja uma questão linfática e congênita, a ausência de exercícios físicos é um fator que contribui para que os dedos fiquem cada vez mais inchados. Pensando no cenário da monarquia, a pessoa é sempre servida por muitos funcionários, realiza menos movimentos e mantém por mais tempo a mão em posição de pêndulo”, pontua.
Eventos como os que Charles III tem vivido em decorrência da morte da mãe, inclusive, podem intensificar o inchaço das mãos, o que explica o fato de ele apresentar o sintoma em diversos compromissos oficiais. “Grandes cerimônias obrigam o rei a manter as mãos, durante muito tempo, para baixo, além de se manter muito tempo sentado. Muitos pacientes relatam sentir os edemas pela primeira vez durante um velório, pois ficam parados e em silêncio durante muito tempo”, comenta o cirurgião.
Em geral, de acordo com o médico, o inchaço das mãos pode ainda estar ligado a inflamação em alguma articulação ou problemas metabólicos, mas apenas um exame detalhado e feito presencialmente é capaz de fechar um diagnóstico. Ainda assim, ele afirma que, caso o sintoma seja decorrente de falta de movimentação e déficit circulatório, o monarca também tende a apresentar inchaço nas pernas (especialmente tornozelos) e varizes – algo que não é visível ao público.