Mesmo após a flexibilização das medidas coletivas de prevenção à Covid-19, muitas empresas mantiveram seus funcionários permanentemente em home office ou em esquemas que dividem as semanas entre dias de trabalho em casa e no escritório. Apesar de cômodo para a maioria, porém, o trabalho remoto tende a resultar em uma menor movimentação do corpo – algo que aumenta os riscos de trombose. Veja sintomas da doença para reconhecer e dicas para preveni-la:
Home office e trombose: por que o risco é maior?
Ao longo da pandemia, médicos já haviam alertado para um aumento nos casos de trombose devido à falta de movimentação do corpo. Apesar de a quarentena não ser mais uma realidade, porém, o trabalho remoto veio para ficar na rotina de muita gente, mantendo, portanto, os riscos a doença caracterizada pela obstrução de uma ou mais veias ou artérias profundas em decorrência de coágulos que interrompem a circulação sanguínea.
Condição grave, a trombose pode provocar desde a amputação de membros e embolia pulmonar até a morte – e uma das posições que mais prejudicam a circulação, aumentando os riscos de a doença ocorrer, é a sentada – algo bastante comum para quem trabalha em casa. A explicação para isso, segundo especialistas, está na posição que as pernas ficam quando a pessoa está sentada, responsável por aumentar a retenção de líquido na região.
“Como a panturrilha é o coração das pernas, a cada contração muscular bombeamos o sangue e ativamos a nossa circulação. Quando a musculatura fica parada muito tempo, pode haver retenção de líquido nas pernas, inchaço, sensação de pernas pesadas e cansadas, e isso aumenta as chances de desenvolvimento de varizes e trombose venosa”, explica a médica angiologista Aline Lamaita, especialista que integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luis e Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Sintomas de trombose
Para quem continua trabalhando em casa e já percebeu que se movimenta menos, se atentar para os principais sintomas de trombose é essencial. Estes sintomas, em geral, se manifestam nas pernas, e incluem:
- Dores;
- Calor;
- Sensibilidade;
- Inchaço;
- Vermelhidão.
Caso a doença ocorra e evolua para um quadro de embolia pulmonar – quando o coágulo que interrompea circulação na perna se solta e chega aos pulmões – a condição passa então a gerar os seguintes sintomas:
- Falta de ar inesperada;
- Respiração rápida;
- Dor no peito;
- Frequência cardíaca alta;
- Tosse;
- Catarro com sangue.
Em casos mais graves, quando o coágulo é grande, pode ocorrer um infarto pulmonar e morte súbita. Por isso, ao observar os sinais, é importante buscar atendimento médico. O tratamento pode incluir compressas, uso de medicamentos anticoagulantes, além de uso de meias de compressão por semanas ou até meses.
Como prevenir trombose
Além da falta de movimentação, outros fatores de risco para trombose incluem: tabagismo, obesidade, uso de pílulas anticoncepcionais hormonais, antecedente familiar, internação em UTI (pela imobilização prolongada), além de condições pré-existentes, como câncer, doença inflamatória intestinal, entre outras. De acordo com a médica Aline Lamaita, as principais formas de prevenir trombose são:
- Praticar atividades físicas;
- Movimentar os pés a cada 15 minutos;
- Combater o tabagismo;
- Fazer pausas no trabalho de hora em hora para andar um pouco;
- Beber bastante água (já que a desidratação engrossa o sangue);
- Usar meias de compressão no caso de problemas circulatórios pré-existentes;
- Fazer acompanhamento médico em casos de histórico de trombose na família.
