Utilizada pelos orientais há mais de mil anos, a soja virou a estrela do cardápio Ocidental. Seus benefícios são constantemente exaltados: além de ser importante fonte de proteínas, servindo como base para a alimentação vegetariana, ela estabiliza os hormônios na menopausa. Mas, será que o consumo do grão traz apenas vantagens para o organismo?
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Benefícios
Rica em um fitoestrógeno chamado isoflavona, a soja é benéfica para as mulheres na menopausa. Esse composto vegetal apresenta estrutura química semelhante ao hormônio estrógeno, que é sensivelmente reduzido nesse período, provocando sintomas típicos, como ondas de calor e diminuição da libido.
A soja ajuda a amenizar os sintomas da menopausa. Crédito: Shutterstock
Para amenizar esses desconfortos, alguns médicos indicam tratamentos de reposição hormonal. “A isoflavona tem a vantagem de não causar os efeitos colaterais que a terapia de reposição hormonal pode gerar, como dores de cabeça, ganho de peso, náuseas e retenção hídrica”, afirma a nutricionista da Clínica Super Healthy, Paola Moreira.
De acordo com a especialista, estudos recentes mostraram que a soja ajuda a reduzir o risco de alguns tipos de câncer e dos níveis de colesterol ruim (LDL), minimizando o risco de doenças do coração. “Há também relatos científicos de efeitos favoráveis à massa óssea em mulheres na pós-menopausa, reduzindo o desenvolvimento de osteoporose”, ressalta.
Substituir o leite
Muitas pessoas utilizam a soja e seus derivados, como o leite e o tofu, para substituir os alimentos à base de leite, contudo a nutricionista alerta que a troca deve ser feita com cautela, uma vez que a proteína da soja pode também causar reações alérgicas da mesma forma que o leite de vaca.
Há também quem consuma bebidas de soja pensando que elas possuem a mesma quantidade de cálcio do leite, o que é um engano. “Bebidas à base de soja não contêm cálcio naturalmente, exceto as que são enriquecidas com esse nutriente”, explica a nutricionista Fabiane Lourensato Garcia. O ideal é apostar em uma alimentação variada, tanto com soja quanto com alimentos ricos em cálcio.
Alimentos à base de soja fermentada são a melhor opção. Crédito: Thinkstock
Soja fermentada
O grão pode ser inserido na alimentação de diversas formas, mas, de acordo com Paola, a soja fermentada é a melhor opção de consumo. “Quando fermentada, a isoflavona fica mais disponível para o corpo absorver e esse processo reduz seus fatores antinutricionais”, ressalta.
Antinutrientes são substâncias que interferem na absorção de nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo. Quando ingeridas em grande quantidade, elas podem dificultar o metabolismo das proteínas e causar uma deficiência crônica de aminoácidos. Realizada por bactérias do bem, os probióticos, a fermentação inibe a ação dos antinutrientes e quebras a proteínas em aminoácidos, facilitando o processo de digestão. Os alimentos à base de soja fermentada são o missô, o tamari, o tempê e o nattô
Como consumir
Além de fermentada, a soja pode ser consumida na forma de grãos, leite (extrato de soja), proteína isolada (utilizada por adeptos da musculação como suplementos alimentar), proteína vegetal texturizada (carne de soja) ou tofu (queijo de soja).
Contraindicação
Segundo a especialista, alguns compostos presentes na soja podem interferir na produção dos hormônios tireoidianos, por isso, pessoas que tenham deficiência de iodo, não devem consumir o grão e seus derivados.