Em meio à identificação de um surto de meningite em São Paulo, contido especificamente em duas regiões da capital paulista, a Secretaria Municipal de Saúde de SP informou nos últimos dias a morte de um jovem de 22 anos pela doença. Agora, mais análises são necessárias para verificar a ligação do caso com o surto – e, diante dos casos, é importante entender como a doença funciona para preveni-la (ou vacinar-se contra ela, a depender da região onde se reside).
Surto de meningite em SP já tem 10 óbitos confirmados
Em nota enviada a Tá Saudável, a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo confirmou que, recentemente, mais casos de meningite foram registrados na capital paulista – e, entre eles, houve a morte de um jovem de 22 anos. Atualmente, o caso está sob análise para descobrir se o paciente, que vivia na Zona Norte da cidade, é ou não parte do surto de meningite já identificado pelo órgão nos últimos meses, a princípio restrito aos bairros Vila Formosa e Aricanduva. A Secretaria afirma ainda que, ao todo, dez mortes já foram contabilizadas.
“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que foram registrados entre segunda-feira (3) e terça-feira (4) [outubro] mais dois casos de doença meningocócica na capital paulista. Tratam-se de uma mulher de 20 anos, da Zona Sul, e de um homem de 22 anos, da Zona Norte, que lamentavelmente veio a óbito. Somente após o resultado da análise laboratorial, que deve sair em até cinco dias, será possível saber o tipo de bactéria e se os dois casos são do mesmo sorogrupo”, informa o texto oficial.
Ao final de setembro, a SMS já havia confirmado cinco casos de meningite identificados entre 16 de julho e 15 de setembro – e, na nota mais recente, o órgão informou que, ao todo, desde o início de 2022, foram contabilizados 58. O órgão frisa que, a princípio, o pequeno surto segue restrito às duas regiões informadas anteriormente (na Zona Leste da cidade) – mas, mesmo assim, já tomou medidas para prevenir que a doença se espalhe para outras áreas, além de reforçar que os registros anuais de casos de meningite vêm caindo desde 2019.
“A SMS esclarece que se considera surto da doença meningocócica quando há ocorrência de três ou mais casos do mesmo tipo em um período de 90 dias na mesma localidade. De janeiro a setembro de 2019, foram registrados 158 casos da doença, ou seja, uma redução de 63,2% no âmbito geral. O número de óbitos decorrentes da doença somam agora dez em 2022, ante 28 entre janeiro e setembro de 2019”, confirmou a Secretaria Municipal de Saúde.
Transmissão da meningite: como ocorre
Segundo informações do site do Ministério da Saúde, a meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e são responsáveis por proteger o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. É causada, principalmente, por bactérias ou vírus – e, mais raramente, pode ser provocada por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose.
A doença é contagiosa e sua transmissão varia pelo tipo, bacteriana ou viral. O mais comum é que ela seja transmitida pelas vias respiratórias (através de gotículas presentes na tosse, no espirro e na fala), pelo beijo ou pelas fezes. Antes de manifestar sinais, a meningite já pode ser transmitida.
O tipo bacteriano é o que está em questão no surto na capital paulista, e seus sintomas principais incluem febre, dor de cabeça, rigidez na nuca (dificuldade de encostar o queixo no peito), vômito, manchas avermelhadas na pele, mudanças de comportamento, moleira dura ou elevada em bebês).
Como prevenir a meningite
A primeira forma de prevenir a meningite está na vacinação contra a doença. Segundo a SMS, como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já o de meningite ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. No entanto, em 2021, a vacinação foi ampliada também para adolescentes de 13 a 14 anos – algo que segue até junho de 2023, conforme definições do Programa Nacional de Imunizações.
No caso do surto restrito às duas regiões citadas, no entanto, adultos podem, excepcionalmente, se vacinar. “Apenas em situações excepcionais, como a do surto localizado que ocorre no momento nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, os imunizantes são indicados para adultos. A exceção são profissionais de saúde, que podem ser vacinados mediante comprovante de vínculo empregatício em serviço de saúde do município de São Paulo, documento de Conselho de Classe, comprovante de profissão, certificado ou diploma. A vacinação desses profissionais está liberada até fevereiro de 2023”, reforçou o órgão.
Além disso, as pessoas podem fazer as seguintes ações para se proteger ainda mais da doença:
- Lavar as mãos constantemente e reforçar todos os hábitos de higiene;
- Não compartilhar talheres e alimentos com outras pessoas;
- Manter os ambientes limpos e ventilados;
- Evitar aglomerações;
- Higienizar constantemente os brinquedos e outras superfícies de contato;
- Uso constante de máscara, caso necessite ter contato com uma pessoa infectada;