Recentemente, a cantora Larissa Manoela foi bem sincera ao revelar um “acidente” que ocorreu em um de seus shows. No “Altas Horas” (Rede Globo), ela disse já ter urinado no palco, algo que a fez começar a usar fraldas em todas as apresentações como forma de prevenção (além de deixar um balde por perto caso não consiga segurar o xixi novamente).
Larissa Manoela já fez xixi no palco
No programa, a cantora detalhou a situação inesperada. “A gente fica cantando no palco e bebe muita água, trabalha muito o diafragma, aí a bexiga… Um certo dia, pressionei o diafragma, foi junto com a bexiga e o xixi [escapou]… Entendeu? Foi um desespero. Eu só pensava: ‘Minha nossa, vai fazer uma poça de xixi’. O que me salvou foi que eu estava com um vestido longo, ninguém viu”, disse.
Depois do ocorrido, ela passou a se prevenir. “Eu uso fralda, Serginho [Groisman]. A gente acha que nunca vai precisar de novo… Mas é uma prevenção, pelo menos segura o primeiro jato do xixi. […] Eu também deixo um baldinho perto”, comentou a cantora.
Incontinência urinária não é normal: possíveis causas
Segundo o urologista Flávio Iizuka, da Climedin, a capacidade que a bexiga tem de segurar o xixi varia, mas, embora alguns consigam segurar a vontade até a concentração de urina no órgão chegar a 700 ml ou até a 1 litro, o mais comum é só segurar até os 400 ou 500 ml – e, quando ela está “no limite”, certos fatores podem desencadear a incontinência urinária mesmo na juventude.
“Toda pessoa que canta e dança sobrecarrega o sistema urinário e, havendo uma fraqueza do esfíncter, ela pode manifestar incontinência urinária”, diz o médico, se referindo à estrutura que serve justamente para controlar tanto a liberação quanto a contenção da urina. Essa condição, no caso, se chama incontinência urinária de esforço, e também se manifesta em outras situações.
“Quando a pessoa tosse, espirra e fala alto, existe aumento da pressão intra-abdominal, e isso pode desencadear a incontinência urinária de esforço”, diz Iizuka, ressaltando que, embora isso seja possível em jovens, o mais comum é afetar pessoas mais velhas, especialmente mulheres que já tiveram partos normais (ou com fórceps), estão na menopausa ou retiraram o útero.
Ao mesmo tempo em que a condição pode ocorrer por razões “mecânicas”, porém, há também a possibilidade de o problema ser causado por outras condições. Em pessoas jovens, fatores como infecção urinária, inflamação da bexiga (cistite), certas doenças neurológicas e uma condição chamada bexiga hiperativa (vontade repentina e incontrolável de fazer xixi) podem ser a causa.
Em outros casos, o problema também pode ser desencadeado pelas mudanças hormonais que ocorrem durante a menopausa, por uma prisão de ventre crônica (quando as fezes endurecem no intestino e formam um fecaloma, que precisa ser retirado) ou por a pessoa estar com a bexiga muito cheia e impossibilitada de ir ao banheiro.
Como tratar
Usar fraldas ou, em casos de incontinência bem leves, absorventes noturnos, é uma forma de conciliar o problema, mas, especialmente se tratando de pessoas mais novas que enfrentam o problema, há grande possibilidade de tratá-lo – e, segundo o urologista, o primeiro passo para isso é investigar a causa.
Se ele for desencadeado por doenças, é necessário tratá-las, enquanto a questão hormonal da menopausa também pode ser trabalhada com tratamentos. Em casos de incontinência urinária de esforço, bexiga hiperativa ou geradas por fraqueza do assoalho pélvico, porém, as soluções são outras.
Uma dica para quem, como Larissa Manoela, realiza esforço físico e bebe muita água, é ir ao banheiro e esvaziar a bexiga antes, diminuindo assim as chances de haver um acidente. “Evitar pimenta, alimentos condimentados (com curry e molhos picantes, por exemplo) e café ajuda bastante”, afirma Iizuka, se referindo a alimentos que irritam a bexiga ou que são diuréticos.
Para mulheres que lidam com incontinência urinária após muitos partos ou cirurgias no sistema reprodutor e pessoas com bexiga hiperativa ou fraqueza dos músculos pélvicos, uma opção é buscar a fisioterapia pélvica. Neste tratamento, o paciente realiza exercícios e recebe estímulos que fortalecem a região e, consequentemente, o ajudam a não ter mais perda de urina.
Sobre esta técnica – que costuma apresentar bons resultados -, o médico afirma que, apesar de ser possível as pessoas realizarem esses exercícios sozinhas, o mais indicado é buscar o auxílio de um profissional da área (ou seja, um fisioterapeuta pélvico) para definir quais são as melhores formas de lidar com o problema.
Em alguns casos, é possível que o médico indique o uso de medicamentos ou procedimentos pouco invasivos. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, destacam-se a cirurgia de sling (colocação de uma faixa sob a uretra), aplicação de toxina botulínica na bexiga, implante de um marca-passo (neuromodulador) e a colocação de um esfíncter artificial (só para homens).
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