Comprar Mounjaro ou Ozempic manipulado tem se tornado cada vez mais frequente – algo que traz desde riscos de contaminação até efeitos imprevisíveis
Em meio ao uso desenfreado de medicamentos injetáveis para emagrecer, autoridades médicas emitiram mais um alerta. Desta vez, sociedades ligadas a endocrinologia, diabetes e obesidade ressaltaram os riscos de se usar Ozempic ou Mounjaro manipulados, explicando também como reconhecer versões alteradas dos medicamentos.
Ozempic e Mounjaro manipilados: órgãos médicos alertam contra
Ainda que criados para o controle do diabetes, medicamentos injetáveis como Ozempic, Wegovy e Mounjaro têm um papel importante no tratamento da obesidade. Os efeitos positivos na perda de peso, porém, levam muitas pessoas a buscar seu uso para emagrecimento a todo custo – algo que resultou até na venda de versões manipuladas.
Em uma simples busca online, não é difícil encontrar serviços que oferecem supostas versões de Ozempic manipulado, por vezes até em valores mais baratos que a “caneta” original. Isso é especialmente real com o Mounjaro, injetável com efeito ainda mais impactante no emagrecimento e que, por enquanto, ainda não está à venda no Brasil.
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Diante desse cenário, a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo de Obesidade e Síndrome Metabólica) se uniram em um comunicado que repudia a venda e a aquisição desse tipo de medicamento.
“As sociedades médicas científicas vêm a público alertar profissionais da saúde e a população brasileira sobre os graves riscos associados ao uso de medicamentos injetáveis de origem alternativa ou manipulados para tratar obesidade e diabetes mellitus. Esses medicamentos são análogos do GLP-1 e GIP, como a semaglutida e a tirzepatida, cujos compostos originais são de alta complexidade tecnológica”, diz a nota.
Em seguida, o comunicado reforça os processos de qualidade pelos quais medicamentos do tipo passam em meio à criação – algo que não acontece quando moléculas do tipo são supostamente manipuladas.
“Medicamentos proteicos como a semaglutida e a tirzepatida exigem processos rigorosos de fabricação para assegurar que o organismo utilize e metabolize a substância de forma eficaz e segura. Essas moléculas são administradas por injeções subcutâneas, o que demanda padrões adequados de esterilidade e estabilidade térmica”, afirma o comunicado.
![ozempic falso](https://www.tasaudavel.com.br/wp-content/uploads/2024/10/ozempic-3-1024-1400x800-1-1024x585.jpg)
Riscos do uso de versões alternativas e manipuladas
Na nota, as sociedades médicas frisaram que a FDA (Food and Drug Administration, órgão semelhante à Anvisa nos Estados Unidos) já tem relatado problemas graves relacionados à prática de vender e usar versões manipuladas dos medicamentos.
“O uso tem se tornado uma prática crescente, preocupante e perigosa, carecendo de bases científicas e regulatórias que garantam a eficácia, segurança, pureza e estabilidade do produto, expondo usuários a sérios riscos à saúde, pois não passam pelos testes necessários, tornando impossível prever seus efeitos no corpo. Relatos da FDA documentam problemas graves de administração em versões alternativas ou manipuladas, com doses superiores ou inferiores às recomendadas, contaminações e substituição por outros compostos”, declaram os órgãos médicos.
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Por fim, o comunicado alertou também que “a comercialização direta dessas medicações alternativas ou manipuladas por profissionais de saúde em consultórios configura uma prática contrária ao Código de Ética Médica, ferindo a confiança da relação médico-paciente.
Como evitar Ozempic e Mounjaro manipulados ou alterados?
De acordo com a nota, as dicas para escapar de golpes ou versões não seguras desses medicamentos são:
- Evitar comprá-los em sites, redes sociais ou via WhatsApp;
- Buscar a certificação de órgãos reguladores com a Anvisa na embalagem do produto;
- Buscar profissionais de saúde sérios, que não receitam versões alternativas desses medicamentos.
É preciso frisar também que o tratamento da obesidade é multifatorial, e que o uso indiscriminado dessas medicações, independentemente do biotipo do paciente, oferece riscos quando não acompanhado de perto por um especialista.