A ex-participante do “Big Brother UK” recorreu ao Ozempic clandestino, fornecido de forma ilegal, e acredita ter adquirido uma “leva de procedência duvidosa”: “Comecei a perder a visão”
Conhecida no Reino Unido pela participação no “Big Brother” britânico em 2006, Aisleyne Horgan Wallace desabafou recentemente sobre as consequências graves que sofreu ao usar Ozempic comprado de forma clandestina.
O medicamento, cuja principal indicação é o controle da glicemia em quadros de diabetes, também é amplamente utilizado no tratamento de obesidade. Segundo Aisleyne, ela pode ter adquirido uma leva de “procedência duvidosa” – algo que, conforme o relato, quase a matou.
Entenda o caso abaixo e saiba quais as consequências de tomar o medicamento sem acompanhamento médico, especialmente se adquirido de forma ilegal.
Famosa britânica diz que “quase morreu” ao tomar Ozempic
Em entrevista ao site “Closer”, Aisleyne Horgan Wallace, ex-participante do “Big Brother UK” (versão britânica do programa), desabafou recentemente sobre um quadro grave de saúde. Segundo ela, tudo começou com o ganho de peso em meio a um momento de luto – algo que culminou na decisão de utilizar o medicamento Ozempic por conta própria.
Nome comercial do medicamento, o Ozempic utiliza uma substância chamada semaglutida para tratar quadros de diabetes tipo 2. Essa substância “imita” o GLP-1 (glucagon-like-peptide), já naturalmente produzido pelo corpo, de forma a aumentar a presença dos efeitos colaterais dele no organismo. Esses efeitos incluem aumento da sensação de saciedade e melhora na resistência insulínica.
Por isso, essa medicação é utilizada por endocrinologistas em todo o mundo no tratamento, também, de obesidade. Devido aos efeitos impactantes da substância, porém, ela virou uma verdadeira “febre” em todo mundo, gerando inclusive versões falsas da medicação. Essa situação traz riscos – e a famosa vivenciou isso em primeira mão.
Em meio ao luto pela perda de duas pessoas queridas, Aisleyne engordou, segundo ela, pouco mais de 12 kg. Aos 40 anos, ela se deparou com uma maior dificuldade de perder o peso e, por isso, recorreu à medicação. “Estava alimentando minhas emoções. Estava em uma situação desesperadora, tinha muito peso que não estava perdendo, e estando nos 40 é mais difícil”, declarou.
Ex-participante de reality recorreu ao mercado ilegal
Para ter acesso ao Ozempic, porém, ela recorreu ao mercado ilegal. “Nnao me orgulho, mas comprei injeções no mercado ilegal. Nos primeiros três meses, foi brilhante: eu não tinha impulsos de fome, não estava comendo besteiras e tinha muita energia. Saí do manequim 44 para o 38, me senti incrível”, disse ela.
O que aconteceu na sequência, porém, foi um verdadeiro pesadelo. “Devo ter comprado uma leva de procedência duvidosa, meu corpo reagiu muito mal. Por três dias, pensei que ia morrer. Estava na cama, acordava e vomitava, tinha diarreia e dormia novamente. Em certo ponto, tinha três sacos com vômito na minha cabeceira. Comecei a perder a visão, meus olhos estavam borrados e eu não conseguia nem ver meu telefone”, afirmou.
Segundo a famosa, ela não conseguia sequer buscar auxílio médico devido ao estado em que estava. “Queria ir ao pronto-socorro, mas não conseguia me arrastar até lá porque estava envergonhada em dizer o que havia feito. Sentia culpa desperdiçando os recursos do NHS [serviço público de saúde do Reino Unido] por ter feito isso comigo”, afirmou.
Por fim, ela disse ter conseguido chamar um amigo que a ajudou com estratégias de hidratação – e, na publicação, também deixou um recado sobre as próprias atitudes. “Meu alerta é: não faça isso. Quase morri por causa dessa m**da. A perda de peso não vale sua vida. Não economize com sua saúde e não compre coisas no mercado ilegal – não se sabe. O que tem nelas”, afirmou.
Ozempic clandestino ou falso: quais os riscos?
Aislayne não foi a única pessoa a sofrer as consequências de adquirir injeções emagrecedoras de forma duvidosa. Em outubro de 2024, por exemplo, uma mulher foi internada no Rio de Janeiro com um quadro grave de hipoglicemia supostamente relacionado ao uso de Ozempic falsificado.
Além disso, na mesma época, sociedades médicas se posicionaram diante de inúmeros golpes relacionados à venda de Ozempic. Anúncios nas redes sociais, por exemplo, oferecem descontos muito substanciais (como de R$ 900) na compra do medicamento apenas uma simples pesquisa. O uso de versões falsas do remédio, porém, traz riscos à saúde.
Segundo as sociedades médicas que se posicionaram na época, os efeitos são imprevisíveis e podem até atrapalhar o tratamento correto da obesidade. “O uso pode resultar em graves danos à saúde, incluindo reações adversas inesperadas, a exposição e substâncias perigosas que não passaram por controle de qualidade. […] Remédios falsificados comprometem o manejo adequado de doenças crônicas como o diabetes, colocando a vida dos pacientes em risco”, afirmam os órgãos.
Para evitar golpes, indica-se:
- Se atentar ao princípio ativo do medicamento (a Tirzepatida, por exemplo, é o princípio ativo do Mounjaro, mas ainda não é legalizada no Brasil);
- Comprar o medicamento presencialmente em farmácias de confiança;
- Procurar o selo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na embalagem do medicamento.