Isabel Veloso explica nova decisão de iniciar quimioterapia durante a gravidez: “Bebê já está formado”

por | out 9, 2024 | Saúde

A jovem Isabel Veloso enfrenta um dos possíveis efeitos colaterais de uma gravidez para o câncer, que é a desestabilizacão da doença e a retomada do crescimento

Após revelar que teve um avanço do câncer durante a gravidez, Isabel Veloso deu detalhes do quadro e do que será feito de agora em diante. A jovem de 18 anos tem um linfoma de Hodgkin que, segundo ela, não tem mais possibilidades de cura – e agora, no segundo trimestre da segunda gravidez, ela iniciará mais uma quimioterapia para conter a doença.

Isabel Veloso dá detalhes do quadro após aumento dos tumores

Caso de Isabel Veloso
(Crédito: Reprodução/Instagram @isabelvelosoo)

Usando o Instagram, Isabel Veloso, grávida do primeiro filho, deu detalhes do avanço observado em seu linfoma de Hodgkin recentemente. Após o tratamento mais recente, que acabou em janeiro de 2024, houve a estabilização dos múltiplos tumores em seu corpo – mas agora, no segundo trimestre da gestação, eles voltaram a crescer.

Isabel iniciou a postagem detalhando o quadro de saúde. “O tumor voltou, sim, a crescer. Não é só um, é mais [de um]. O linfoma é um ‘conglomerado’ de linfonodos. O maior tem sete centímetros e meio”, disse ela que, no passado, afirmou que seu maior tumor, localizado entre os pulmões, na região torácica, chegou a 17 centímetros.

Na sequência, a influencer explicou que, segundo os médicos que a acompanham, o avanço da doença não compromete a gravidez no presente momento. “O tumor crescendo, no momento, não traz nenhum risco à gravidez nem à minha vida por enquanto, mas já estou com alguns sintomas de falta de ar, estou ofegante”, declarou a jovem de 18 anos.

Volta do tratamento após rejeitá-lo e mais

(Crédito: Reprodução/Instagram @isabelvelosoo)

Desde o tratamento mais recente que fez e que terminou em janeiro de 2024, Isabel Veloso afirmava que não voltaria a tratar a doença com quimioterapia ou radioterapia. Ela entrou em um tratamento que apenas controla os sintomas – mas agora fará quimioterapia novamente.

Em um tratamento paliativo de câncer, a quimioterapia e outros tratamentos vistos como mais “agressivos” podem fazer parte do plano. Apesar de não visarem mais a cura, eles podem ajudar a manter o tumor sob controle, mas o paciente tem poder de escolha sobre isso – e Isabel optou por não fazer até o momento atual.

“Eu disse que nunca mais iria fazer tratamento porque estava muito cansada, exigia muito de mim, então me deram seis meses de vida. Graças a Deus eu consegui a estabilização do tumor graças ao tratamento que fiz no início do ano. Só que um filho muda nossa vida. Meu sonho não era gestar, era ser mãe, e ser mãe não é somente carregar o bebê”, declarou.

Em seguida, a jovem afirmou que tem esperança de não apenas ver o filho nascer, mas crescer também. “Eu quero tratar, nem que fique o resto da vida fazendo esse mesmo tratamento ou novas opções de tratamento. Um filho muda tudo. […] Meu câncer não tem previsão de cura, quero tratar para viver mais tempo e ver meu filho crescer”, concluiu.

Quimioterapia na gravidez traz riscos?

Gravidez de Isabel Veloso
Atualmente, segundo a influencer, o câncer dela é considerado incurável (Crédito: Reprodução/Instagram @isabelvelosoo)

Ao anunciar a retomada do tratamento de câncer na 20ª semana de gestação, Isabel declarou que, segundo os médicos, não há mais riscos para o bebê. “Já sou apta para fazer tratamento. A quimioterapia não vai trazer nenhuma má-formação ao Arthur. Ele já está formado, saudável. […] Está tudo bem: Arthur vai ficar bem e eu também. Me deixaram muito segura”, explicou a influencer.

De acordo com a instituição britânica de pesquisa e recursos sobre câncer, a Cancer Research UK, alguns quimioterápicos realmente são seguros para o bebê na gravidez. Isso, porém, só pode ser considerado após a 14ª semana de gestação, visto que antes disso a formação do bebê ainda está em um estágio muito vulnerável.

Após a 14ª semana, a quimioterapia é relativamente segura para o bebê, mas tudo depende de qual é o medicamento usado. Isso porque alguns têm a capacidade de passar pela placenta, e outros, não. Em cada caso, os médicos então avaliam as possibilidades de medicamento para a gestante.

Há, no entanto, alguns riscos. Segundo a instituição, o bebê pode nascer prematuramente. Além disso, a quimioterapia deve ser suspensa até três semanas antes do nascimento da criança. Isso porque utilizar esses medicamentos no período em que o parto acontece facilita a ocorrência de infecções ou sangramento excessivo durante a chegada do bebê.

Também não há indicação para amamentar o bebê se estiver fazendo quimioterapia. Isso porque, apesar da placenta “segurar” alguns dos medicamentos e impedir que eles passem para o bebê dentro da barriga, os remédios entrariam no organismo do bebê através do leite materno.

Jovem rebate críticas à decisão de engravidar tendo câncer

Isabel Veloso
(Crédito: Reprodução/Instagram @isabelvelosoo)

Por fim, em seu desabafo, Isabel Veloso rebateu críticas. Ela disse que, desde o anúncio da gravidez, recebeu mensagens afirmando que ela seria egoísta pela decisão de gestar mesmo sem tempo certo de vida e prognóstico ruim segundo médicos. Na visão da jovem, porém, ela teria sido o oposto de egoísta.

“Não é indicado engravidar sendo paciente oncológico, mas existe, graças aos cuidados paliativos, muitos benefícios. Esperei o tumor estar estável. E realmente ocorreu e está ocorrendo tudo bem. Acho que seria um egoísmo se agora eu, grávida, não quisesse tratar e escolhesse deixar meu filho morrer junto comigo”, disse a influencer, que foi desencorajada por médicos a gestar durante o câncer.

A orientação de não engravidar enquanto se convive com um câncer incurável vem do fato de que, mesmo estável, a doença pode piorar justamente por conta da gravidez. É o que já explicou a Tá Saudável a médica oncologista Adriana Scheliga, do Grupo Oncoclínicas, que é especializada em linfomas.

Isabel Veloso: relembre o caso