Cromoterapia

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Imagine o mundo sem cores. Seria, no mínimo, sem graça, não é mesmo? Ou até pior: triste, monótono, cansativo e angustiante. Não precisa ser um entendido no assunto para saber que as cores transmitem emoções e sensações. A todo instante, elas exercem influência sobre nós. Utilizadas na decoração de ambientes ou nos cartazes de propaganda, as cores são capazes de ressaltar algo ou camuflar alguma outra coisa. Cada uma nos influencia de uma maneira diferente. Por essa capacidade é que podemos nos beneficiar delas para alcançarmos uma vida mais equilibrada, saudável e harmoniosa. É o que acreditam os cromoterapeutas e aqueles que usufruem da cromoterapia – terapia que utiliza “a energia luminosa e suas cores para restaurar o equilíbrio físico, mental e emocional”, conforme define a terapeuta holística e cromoterapeuta Laura da Fonseca Monteiro.

Embora ainda não seja amplamente difundida, a cromoterapia existe há bastante tempo. Há evidências de que gregos, egípcios e outros povos da Antiguidade já utilizavam os seus fundamentos para cura de moléstias. “Em alguns templos egípcios haviam salas de cura, onde a luz utilizada era a do sol. Essa luz penetrava nas salas através de cristais que a refratavam. As pessoas tomavam banhos de sol ali num determinado horário do dia, de acordo com a sua necessidade de cura”, esclarece a cromoterapeuta Fátima João, que atende clientes desde 1998 e também dá cursos de cromoterapia para quem deseja se tornar terapeuta.

Apesar de a cromoterapia, assim como outras terapias naturais, não ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), os profissionais da área afirmam que, aos poucos, a demanda vem aumentando. “Enquanto alguns nunca ouviram falar, já tem bastante gente que conhece e procura. E aí acaba recomendando para os amigos. Assim como tem gente se preparando para se tornar cromoterapeuta. Mas uma coisa muito importante de se falar é que a cromoterapia não dispensa o tratamento médico. Pelo contrário. Ela deve ser complementar, funcionar como um auxílio”, explica Fátima João. Laura da Fonseca também concorda que a procura pela terapia só tem aumentado. “Embora não seja reconhecida pelo CFM, hoje em dia, essa é uma terapia bastante requisitada, principalmente como auxiliar nos processos de cura e na harmonização de ambientes”, destaca.

A energia das cores

Enfim, vamos à pergunta que não quer calar: como é que as cores curam? A resposta está na energia que elas emanam. “As cores têm vibrações particulares. Cada uma tem um comprimento de onda. Esse comprimento de onda é que determina a vibração de cada cor. A cor vermelha, por exemplo, é mais profunda, e por isso tem que ser usada com bastante calma e cautela. Ela tem a capacidade de penetrar muito profundamente, se não for bem dosada, pode prejudicar. Pois as vibrações estimulam o campo energético da pessoa”, explica Fátima João.

Aplicação

A cromoterapia pode ser aplicada de maneiras diversas: “Desde o uso de luzes coloridas incidindo diretamente sobre o corpo até a utilização de cores específicas em paredes e objetos que permaneçam algum tempo junto da pessoa”, explica Laura da Fonseca. A técnica empregada por Fátima João em seus pacientes consiste no uso de uma lâmpada (de 25 volts) e de diferentes filtros de acetato. “Cada filtro é de uma cor. Isso facilita, pois você não precisa carregar um monte de lâmpadas. Basta trocar o filtro de acetato, que é a mesma coisa que se usa em iluminação de peça de teatro. Já viu aquelas gelatinas que colocam nas lâmpadas pra iluminar um teatro? Pois o acetato é aquilo”, esclarece.

É também através da decoração de ambientes que os fundamentos da cromoterapia podem ser muito úteis. É capaz, inclusive, de você já ter sido beneficiado pelas cores certas nos locais certos, mesmo sem ter se dado conta. Laura da Fonseca Monteiro dá alguns exemplos de como as cores agem beneficamente em quem freqüenta um determinado ambiente. “Um bom exemplo do uso da cromoterapia é a utilização do verde nos centros cirúrgicos dos hospitais, pelo fato de essa cor possuir ação anti-infecciosa. Já para despertar a mente e melhorar a capacidade de atenção, o ideal é usar a cor amarela numa parede ou em alguns objetos que fiquem à vista da pessoa que necessita estudar ou trabalhar. Para combater a insônia, nada melhor do que acender uma lâmpada azul num abajur no quarto. Para estimular a sexualidade, pode-se fazer uso de uma luz vermelha no aposento. As casas da “luz vermelha”, eufemismo para prostíbulos, têm lá sua sabedoria cromoterápica, não é mesmo?”, indaga Laura.

Atuação das cores

As cores utilizadas na cromoterapia são as do espectro solar – simplificando, aquelas que aparecem no arco-íris. Ou seja: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. “Cada uma delas possui uma atuação diversa sobre o organismo, de acordo com sua vibração energética. Entretanto, as cores atuam de forma semelhante sobre os organismos em geral, não importando sexo, idade, características físicas ou crenças”, ressalta Laura da Fonseca Monteiro. No entanto, isso não significa que o efeito de uma determinada cor seja exatamente o mesmo numa pessoa do que noutra. “Pode acontecer de uma cor funcionar de um jeito num indivíduo e ter um resultado diferente em outro. Até porque toda cor tem contra-indicações. Então, por exemplo, se temos uma pessoa extremamente agitada, ao aplicar uma cor quente, como o amarelo ou o laranja, você corre o risco de fazer com que ela fique ainda mais agitada. Já em alguém calmo e tranqüilo, o amarelo vai dar outro resultado”, exemplifica Fátima João.

Cada uma das sete cores do espectro é utilizada na cromoterapia levando em consideração seus respectivos efeitos:

– azul: calmante, analgésico, sedativo e equilibrador.

– verde: anti-infeccioso, limpeza, relaxante e equilibrador.

– amarelo: revitalizante, estimulante mental e tonificante.

– laranja: energizador e regenerador.

– vermelho: estimulante.

– violeta: cauterizador.

– anil: coagulante.

Indicações e resultados

Não é preciso estar sofrendo de uma doença para recorrer à cromoterapia. Se sentir nervosa ou emocionalmente instável já é suficiente para justificar um a busca da terapia através das cores. Isso porque o objetivo da cromoterapia é restaurar não só o equilíbrio físico, mas também – e principalmente – o equilíbrio mental e emocional. “As pessoas sentem o resultado da terapia, e isso para os problemas mais variados. Quem tem um pigarro constante, por exemplo, quando percebe, passou uma semana sem pigarrear ou sentiu muito menos vontade de fumar. A cromoterapia ajuda a entender os recados que o corpo dá. Acima de tudo, funciona como um autoconhecimento”, explica Fátima João. No entanto, existem casos em que a cromoterapia não se apresenta tão eficiente, como em doenças degenerativas ou auto-imunes. “Eu já percebi que não apresenta tão boas respostas, somente uma estabilização provisória dos sintomas. Tipo: atendo a pessoa na quarta-feira e ela sente uma melhora até a sexta. Por outro lado, notei resultados maravilhosos a respeito de cicatrização de feridas. Uma cliente estava tomando antibiótico há seis meses e não conseguia que uma ferida no pé fechasse, a infecção não regredia. Dois meses depois de começarmos a tratar, a ferida cicatrizou. Até o médico dela perguntou o que ela tinha feito”, afirma Fátima.

Laura da Fonseca Monteiro também confia na popularização e difusão da terapia das cores. “Acredito que ela vá ser cada vez mais utilizada como coadjuvante nos processos de reequilíbrio energético, físico, mental e emocional, uma vez que é tão simples de ser aplicada, fácil de ter seus efeitos comprovados e ainda ser tão barata”, aposta a cromoterapeuta.