Osteoporose

por | jun 30, 2016 | Alimentação

Hoje, 20 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Osteoporose. A intenção é conscientizar a população sobre a doença, que só no Brasil atinge 10 milhões de pessoas. A osteoporose causa redução significativa da massa óssea, tornando os ossos ocos, porosos e mais suscetíveis a fraturas. A prevenção ainda é o melhor remédio, mas o diagnóstico precoce e o tratamento correto são fundamentais para a qualidade de vida.

É a rigidez do esqueleto que possibilita ao homem se locomover, sustentando, com a ajuda dos músculos, os tecidos brandos e maleáveis. Entretanto, diferentemente do que se costuma pensar, o esqueleto é uma estrutura tão ativa quanto os demais sistemas e órgãos. O organismo está constantemente fazendo e desfazendo os ossos. Os hormônios são os responsáveis por equilibrar a perda e o ganho de massa óssea, efetuando, assim, a renovação. Quando a massa óssea diminui substancialmente, dá-se origem a osteoporose.

Teste: Como anda sua saúde?

Homens x mulheres

Os homens não estão imunes à osteoporose, mas são atingidos numa proporção quatro vezes menor. Isso porque, depois da menopausa, as mulheres diminuem bruscamente a produção de estrógeno, o hormônio sexual feminino. É justamente ele que estimula a absorção de cálcio – fundamental para a formação dos ossos – e induz as células dessa região a produzirem o colágeno, substância que gera flexibilidade óssea. Quando a doença se instala, a densidade de cálcio cai de 65 para 35%, fazendo com que a formação de massa óssea se torne muito lenta. É assim que começam a surgir espaços vazios e o esqueleto, caracterizado pela rigidez e consistência, torna-se fraco, podendo inclusive diminuir de tamanho. Quem é de raça branca também está mais propenso a ter osteoporose, assim como quem é diabético, não se exercita, fuma, bebe álcool e café em excesso e tem parentes que apresentam a doença.

Embora a perda de massa óssea faça parte do processo natural de envelhecimento, gente cada vez mais jovem tem desenvolvido ossos frágeis. Quando essa perda está entre 10 e 15%, chama osteopenia. Quando a diminuição já atingiu 25%, está estabelecido o quadro da osteoporose. “As pessoas estão entrando rápido demais no processo da osteoporose, devido ao estilo de vida que levam. Alimentam-se mal, vivem estressadas, fumam demais e não fazem atividade física. Hoje em dia, pegamos mulheres com osteopenia, com 35 anos de idade”, alerta o Dr. Marcos Natividade, especialista em medicina ortomolecular. É mesmo na faixa entre 34 e 39 anos que a velocidade da formação óssea começa a diminuir, só que o normal é que esse processo seja tão lento e gradual, que o paciente leva muitos anos para perceber as alterações.

Doença silenciosa

A osteoporose é uma doença silenciosa. É muito comum os pacientes tomarem conhecimento de que estão doentes somente após a primeira fratura. Quando somos jovens, fraturar um osso parece coisa pouca. A garotada até sonha em quebrar o braço ou a perna, só pra desfilar com o gesso e ainda receber um monte de autógrafos dos amigos. Numa criança, a renovação óssea acontece incessantemente, até porque todo o esqueleto está em franco crescimento. Mas quando os ossos estão se tornando fracos e o cálcio é absorvido em pequenas quantidades, a regeneração fica ainda mais debilitada. É por isso que as fraturas ocasionadas pela osteoporose são extremamente delicadas. As mais comuns ocorrem nas costelas, fêmur, punhos e quadril, podendo resultar em dores freqüentes, perda de movimento e inabilidade de desempenhar as atividades diárias. “A fratura não leva diretamente a morte, mas sempre fica uma restrição”, diz o endocrinologista Ricardo Barreto. Segundo Marcos Natividade, a cada duas pessoas que sofrem fratura por osteoporose, uma não volta a andar normalmente. “E, conseqüentemente, esse paciente ficará mais suscetível a outras complicações, como problemas circulatórios”, afirma Dr. Marcos.

Prevenção

A prevenção da osteoporose pode começar desde a infância, proporcionando à criança uma alimentação rica em cálcio. O leite e seus derivados, como queijos e iogurte – de preferência, com baixo teor de gordura – são as fontes clássicas desse nutriente. “Todos pensam em leite, mas os peixes do mar também contêm cálcio em boa quantidade. É importante incentivar as crianças a comer legumes”, recomenda Marcos Natividade. Vegetais como espinafre, agrião, brócolis e couve-flor devem fazer parte da dieta. Mesmo assim, excelentes hábitos alimentares durante as primeiras fases da vida não são garantia de saúde. “Uma criança que ingeriu bastante cálcio durante a infância, se vier a se tornar sedentária e fumante, pode desenvolver a osteoporose”, alerta Ricardo Barreto.

Portanto, fazer exercícios físicos regularmente é pré-requisito para quem está começando a perder massa óssea. “A atividade física é um estímulo para que o cálcio seja agregado no ponto certo. Somos renovados dia-a-dia e, se o corpo está em atividade, o processo de reestruturação óssea é estimulado mais facilmente”, explica Marcos Natividade. No caso do cigarro, as substâncias absorvidas pelos fumantes, como a nicotina, estimulam a produção de radicais livres, que precisam ser neutralizados. Para isso, o organismo retira dos ossos elementos que os fortaleciam, como o cálcio. A cafeína, presente no café e nos refrigerantes à base de cola, é outra substância que prejudica a absorção de cálcio. Deve ser ingerida controladamente.

O que não falta é recomendação na hora de informar quais os segredos para manter ossos fortes por mais tempo. Entretanto, como uma pessoa sabe que sofre de osteoporose? “Através de um exame chamado densitometria óssea. É um exame bastante simples, não dói nada. Ele mostra como está a densidade óssea do paciente”, esclarece Dr. Marcos. A prevenção da osteoporose é indicada a todas as pessoas, principalmente mulheres. “Aos 26 anos de idade já se deve fazer o exame. Existem estudos que mostram que, com essa idade, a mulher já começa a jogar cálcio para fora do corpo”, alerta ele. Segundo o endocrinologista Ricardo Barreto, após os trinta anos, deve ser feita uma avaliação por ano. “Apesar de alguns convênios acharem que é cedo e resistirem um pouco, é sempre bom fazer uma vez por ano, a partir dessa idade”, recomenda o endocrinologista.

Tratamento

Uma vez constatada a tendência de diminuição da massa óssea, ou o paciente se habitua a novos costumes – administrando uma dieta rica em cálcio, fazendo exercícios físicos freqüentemente e evitando beber e fumar – ou vai ver seus ossos se tornarem frágeis muito antes da hora. Em alguns casos, pode ser receitado pelo médico cálcio em forma de medicamento, dado em dosagens controladas. Para as mulheres, que param de produzir estrógeno durante a menopausa, a reposição hormonal é, provavelmente, a terapia mais efetiva. “Os tratamentos são extremamente satisfatórios, reduzindo muito o risco de fraturas. A reposição hormonal retarda consideravelmente a osteoporose”, garante Ricardo Barreto. Dona Elzi J. Sousa, de 79 anos, é uma prova dos benefícios desse tipo de tratamento. “Eu faço reposição hormonal desde os 35 anos de idade. O médico disse que é para tomar até morrer”, brinca. Resultado? Dona Elzi manteve-se dura na queda. “O que eu já tomei de tombo, nossa senhora! E nunca quebrei nada!”, orgulha-se.

Leia também:

O poder da quinoa

Dieta para os cabelos

Famosas dão dicas para aproveitar o sol