Apesar de ter recebido o diagnóstico de Esclerose Múltipla em 2000, Claudia Rodrigues só falou publicamente sobre a doença em 2006, quando teve um mal-estar e precisou se afastar da televisão pela primeira vez. Desde então, ela passou por diversos tratamentos e internações devido tanto a surtos da doença quanto problemas relacionados – tudo isso inspirando os fãs com sua fé e determinação em voltar a trazer alegria ao público.
Esclerose Múltipla de Claudia Rodrigues
Famosa especialmente por viver as personagens Marinete (“A Diarista”) e Dona Thalia (“Escolinha do Professor Raimundo” e “Zorra Total”) na Rede Globo, Claudia Rodrigues é uma das maiores e mais premiadas humoristas do Brasil, mas, devido a uma doença autoimune incurável, a Esclerose Múltipla, descoberta pela atriz em 2000, ela viu sua brilhante carreira ser interrompida diversas vezes.
De acordo com o último levantamento da Federação Internacional de Esclerose Múltipla, realizado em 2020, o mundo tem 2,8 milhões de pessoas convivendo com a doença – e Claudia, que está entre os 40 mil brasileiros diagnosticados com ela, descobriu o problema ao investigar um sintoma bastante característicon deste mal que se manifestou durante o trabalho da atriz.
Conforme contou em 2014 durante uma entrevista ao “Bem Estar” (Rede Globo), o primeiro sintoma de Esclerose Múltipla que Claudia notou foi uma forte dormência no braço enquanto atuava em uma peça de teatro, algo que acontece devido ao fato de que esta doença gera um ataque do próprio organismo contra o “revestimento” dos neurônios (bainha de mielina), prejudicando então a comunicação entre o cérebro e o resto do corpo.
Até 2006, ela conviveu de forma relativamente tranquila com a doença, mas, nesta época, outros sintomas típicos da esclerose começaram a aparecer. Ela passou a apresentar, por exemplo, dificuldades para falar, uma leve falta de equilíbrio e perda de memória – sendo este último a mais impactante das consequências da doença, já que prejudicou a capacidade de Claudia para decorar falas rapidamente.
Afastada da emissora em 2007, a atriz chegou a retomar os trabalhos em 2009, no “Zorra Total”, mas, após novas complicações surgirem em 2014, ela voltou a se ausentar das telinhas, para as quais não retornou até os dias atuais. Desde então, Claudia chegou a participar de alguns curtas-metragens e apresentações em teatro – tudo entremeado com crises da doença e internações.
O quadro de saúde de Claudia, porém, não afetou apenas o físico da atriz; entre 2010 e 2015, devido à impossibilidade de trabalhar e ao afastamento dos amigos, ela também teve seu emocional abalado e ficou deprimida por um longo período. Em uma entrevista concedida por ela ao “Hoje em Dia” em 2016, ela contou que, pela filha, Iza, ela desistiu de encerrar a própria vida, e em 2015 realizou um tratamento inovador para a doença.
Até então, Claudia era medicada com um remédio chamado Natalizumabe, imunomodelador que tem como função impedir que o sistema imunológico do paciente continue atacando a bainha de mielina. A ideia, com este tratamento, seria estacionar a Esclerose Múltipla, mas, como a atriz sentia muitas dores de cabeça em decorrência dele, uma nova estratégia foi adotada pela equipe médica que a acompanha em 2015.
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Neste ano, a atriz passou por um transplante de células-tronco, que, graças à sua capacidade de se dividir em diversos tipos de células especializadas (como as nervosas ou da pele, por exemplo), são capazes de tratar muitas doenças. Contra a Esclerose Múltipla, os resultados observados pela comunidade científica são animadores – mas, para Claudia, passar pelo tratamento não foi nada fácil.
Isso porque, após colher as células-tronco da matriz óssea ou do sangue do paciente, ele precisa passar por uma quimioterapia, que, apesar de ser geralmente usada para tratar o câncer, neste casoo é administrada para diminuir a resposta imune do paciente – ou seja: fazer com que as defesas do corpo fiquem mais fragilizadas para receber melhor as células previamente colhidas.
Durante este período, devido à fraqueza do sistema imunológico, o paciente precisa ficar em isolamento por pelo menos um mês e, no caso de Claudia, o transplante foi seguido por um período de reabilitação. Conforme contou a atriz ao “Domingo Espetacular” (Record TV) em 2016, ela ficou 45 dias em uma clínica no interior de São Paulo, fazendo fisioterapia, musculação, massagens e exercícios na piscina.
Apesar de o transplante de células-tronco ser um tratamento experimental para Esclerose Múltipla, muitos pacientes manifestam regressão da doença – foi exatamente isso que aconteceu com Claudia. Segundo os médicos da atriz, que foram entrevistados pelo programa, testes demonstraram que, em uma tabela chamada índice de incapacidade, a “pontuação” dela passou de 6 para 5 (em uma escala de 1 a 10).
Apesar das boas notícias, porém, também foi em 2015 que Claudia foi demitida da Rede Globo. Publicamente, ela chegou a dizer que havia sido dispensada da emissora devido a preconceito contra seu estado de saúde e, alegando que teve de arcar com todo o tratamento por conta própria (algo em torno de R$ 30 mil, conforme contou ao “Hoje em Dia”, na Record TV, em 2016), ela entrou com uma ação na Justiça.
Neste processo, conforme apurado pelo colunista Daniel Castro em 2018, Claudia saiu vitoriosa, e foi recontratada pela emissora após uma decisão judicial. Apesar de, na época, ter realizado exames admissionais para voltar a atuar, porém, ela não apareceu mais nas telinhas – e o motivo é que, de forma recorrente, a atriz é internada e precisa voltar a se concentrar na própria saúde.
Em 2019, Adriane Bonato, empresária de Claudia, confirmou ao VIX que a Esclerosa Múltipla da atriz está “adormecida” desde o transplante em 2015. Isso significa que as crises decorrentes da doença não acontecem mais – e, conforme explicou Adriane ao “Câmera Record” (Record TV) na mesma época, as internações dela ocorrem por problemas “adjacentes”.
“O emocional da Claudia pode ativar a doença e desencadear outras coisas porque ela tem esclerose”, disse ela, sem dar mais detalhes sobre o estado da saúde de Claudia, que deixou o hospital após 14 dias internada. Desde então, ela iniciou ainda outro tratamento com um remédio importado dos Estados Unidos, do qual havia recebido duas doses e teve a terceira adiantada após passar mal e ser internada em novembro de 2020.
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Ao longo do ano, Claudia já havia passado por duas internações das quais saiu após alguns dias e, nas redes, publicou mensagens positivas para mostrar toda a alegria aos fãs. Conforme informações do “Melhor da Tarde” (Band), porém, ela foi internada mais uma vez recentemente, e a terceira dose do remédio para Esclerose Múltipla que ela tomaria em janeiro de 2021, seis meses após o segundo ciclo, foi adiantada.
Amada pelo público, Claudia tem todos os seus altos e baixos acompanhados pelos fãs – e, tanto quando a atriz está no hospital quanto nos momentos de descontração e alegria dela em casa, a humorista nunca deixa de receber mensagens carinhosas nas redes sociais. Bastante presente no Instagram, Claudia vive relatando suas conquistas e mandando mensagens ao público, mostrando que, apesar de tudo, se mantém positiva.
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Em 2020, após a segunda internação, ela alegrou a web ao aparecer, como sempre, extremamente sorridente e com aparência revigorada no Instagram – e os comentários da postagem mostram o quanto ela é celebrada. “Tão bom ver você se recuperando bem e ver esse seu sorriso lindo demais”, escreveu uma internauta. “É tão bom ver você assim!”, disse outra. “Maravilhosaaaaaaaaaa”, elogiou uma terceira.