Em 2015, a Assembleia Geral da ONU estabeleceu novas metas sustentáveis de desenvolvimento para todo o mundo, e em diversas áreas, com base em centenas de critérios. Um grupo internacional de pesquisadores, inclusive alguns brasileiros – financiados pela Fundação Bill e Melinda Gates – divulgou recentemente a análise de 33 indicadores de saúde de 188 países.
Posição do Brasil no ranking mundial de saúde
A Islândia está em primeiro, seguida por Singapura e Suécia. No pé da lista, na 188ª posição está a República Centro-Africana, precedida pela Somália e pelo Sudão do Sul. O Brasil está na 90ª posição, atrás de nações como Qatar, Suriname e Palestina, mas à frente da China e do vizinho Paraguai.
Saúde no Brasil: análise de 13 aspectos
Em cada país, os 33 critérios foram analisados separadamente. Em seguida, eles foram unidos em uma “pontuação geral”, o índice de metas sustentáveis de desenvolvimento. Quanto maior a “nota” recebida, melhor a saúde pública da nação em questão. O índice brasileiro foi 60, enquanto Islândia, aprimeira, ficou com 85 e a República Centro-Africana com 20. Veja a seguir alguns dos principais indicadores analisados.
Violência
A morte por violência interpessoal – com arma de fogo, por exemplo – constituiu o pior cenário dentre as metas brasileiras de desenvolvimento sustentável. Essa foi nossa pior “nota”. Ficamos à frente apenas da Venezuela (8), Colômbia (12), El Salvador (3), Honduras (6), Guatemala (9), África do Sul (10), Lesoto (11) e Afeganistão (11)
Nota do Brasil: 15
Desastres
Esse quesito analisa a quantidade de mortes causadas por forças da natureza. No Brasil, apesar de não termos furacões ou grandes terremotos, temos seca no nordeste, enchentes e deslizamentos de terra, sem falar no rompimento da barragem de Mariana, que aconteceu em novembro de 2015 e foi o maior desastre ambiental já registrado no país.
Nota do Brasil: 33
Sobrepeso
O sobrepeso é uma epidemia mundiais entre crianças e adultos e um dos poucos critérios que está presente mesmo nos países com altos índices de desenvolvimento em saúde. Aqui no Brasil, estamos “na média”, mas temos muito o que melhorar.
Nota do Brasil: 50
Mortalidade materna
Esse termo diz respeito à morte de uma mulher durante a gestação, o parto ou até 42 dias após o fim da gravidez por qualquer fator causado ou agravado pela gestação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), houve recentemente uma redução de 45% na incidência de morte materna no Brasil.
Nota do Brasil: 46
Mortalidade neonatal
Para chegar a essa nota, foi considerada a probablididade de morte durante os primeiros 28 dias de vida a cada 1000 nascimentos.
Nota do Brasil: 59
Assistência ao parto
A OMS já alertou que o índice cesarianas desnecessárias no Brasil, que chega a 88% no setor privado, tem que se aproximar com urgência dos 15% recomendados por ela. A quantidade de mulheres que já sofreu violência obstétrica também não é pequena – de acordo com o levantemento Nascer no Brasil, 92% pariram na posição litotômica (deitada com as pernas para o alto), o que, como a própria OMS comenta, não é o ideal.
Mesmo assim, o país recebeu uma nota excelente em termos de assistência ao parto, uma vez que foi avaliada apenas a presença de médicos, enfermeiras e/ou parteiras durante o parto.
Nota do Brasil: 99
HIV
Em relação aos novos casos de HIV, o Brasil ainda tem números muito ruins, sendo essa nossa terceira pior nota.
Nota do Brasil: 36
Suicídio
O país com a maior taxa de suicídio é a Mongólia ( com índice de 19) e o com menor é Antígua e Barbuda (97).
Nota do Brasil: 68
Planejamento familiar e uso de métodos contraceptivos
Esse índice, que surpreendentemente teve uma boa avaliação no estudo, diz respeito ao acesso aos métodos contraceptivos modernos de planejamento familiar, como a pílula anticoncepcional.
Nota do Brasil: 93
Acidentes de carro
A quantidade de mortes causadas por acidentes de veículos em rodovias é grande no Brasil. De acordo com informações do Ministério da Saúde, aproximadamente 45 mil pessoas morrem em acidentes automobilísticos por ano no Brasil, o que coloca o país como quinto em número de mortes no trânsito.
Nota do Brasil: 43
Gravidez na adolescência
A quantidade de meninas com idade entre 10 e 19 anos no Brasil é um ponto de preocupação.
Nota do Brasil: 43
Água, saneamento básico e higiene
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O consumo de água imprópria, a falta de saneamento básico e a ausência de higiene adequada (como lavar as mãos com sabonete, por exemplo) estão muito longe do ideal por aqui. A meta da ONU é eliminar esses problemas.
Nota do Brasil: 56
Violência doméstica
Esse dado refere-se às mulheres com mais de 15 anos que já passaram por uma situação de violência por parte do parceiro. Sabe-se que os números da violência doméstica costumam ser subestimados, pois muitas mulheres preferem não denunciar seus parceiros, mesmo assim, a nota dada pelo estudo parece aquém da realidade brasileira. De acordo com um recente levatamento realizado pela Avon em parceria com o Data Popular, 3 em cada 5 brasileiras já sofreram violência doméstica.
Nota do Brasil: 93
Tratamentos pelo SUS
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