A ideia de que noz-da-índia pode matar tem feito muitas pessoas desistirem de usufruir das propriedades emagrecedoras da semente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a proibir a comercialização depois que três pessoas morreram por consumir a noz. De acordo com o órgão, o produto é tóxico e não possui registros aprovados no Brasil, o que torna todas as ofertas ilegais.
Faz mal?
Segundo a Anvisa, a noz-da-índia é tóxica pois contém duas substâncias que podem causar problemas ao organismo, que são a toxialbumina e a saponina.
A nutricionista funcional e esportiva Giovana Canno explica que a semente é usada no Oriente para o tratamento de diversas doenças, sempre cozida e em pequenas quantidades. Já no Brasil há a ideia de que o correto é comer a semente crua e em grande quantia, o que é extremamente prejudicial.
Segundo ela, é sempre importante ter a orientação de um nutricionista ou médico quanto à sementes que prometem ajudar a emagrecer.
Efeitos Colaterais
Graves, os efeitos colaterais do consumo desta semente merecem atenção. Diarreia, náuseas, vômitos, cólicas abdominais, urina excessiva e intoxicação intestinal são alguns dos problemas que a semente pode causar, visto que ela contém substâncias que são consideradas venenosas se forem consumidas de maneira incorreta.
Também há relatos de pessoas que apresentaram problemas cardiorrespiratórios, desidratação, dores musculares e queda da pressão pela ingestão.
Emagrece mesmo?
De acordo com a nutricionista funcional e esportiva Giovana Canno, não há comprovação dos efeitos das nozes-da-índia para perda de peso, mas se sabe que esta propriedade está ligada ao efeito laxante: “Sabemos que o óleo extraído dela é purgativo, o que ajudaria a secar por meio da eliminação de líquidos, mas não há evidências que comprovem isso”, explica a profissional.
Noz-da-índia falsa
Outro problema refere-se à noz-da-índia falsificada, que na verdade se trata de outra semente chamada chapéu-de-napoleão, também proibida pela resolução da Anvisa. Muitos lugares vendem o segundo alimento como o primeiro, o que pode passar despercebido devido à aparência semelhante dos dois. As diferenças são mínimas, mas a semente verdadeira é esbranquiçada, tem a casca felpuda e um talo na extremidade.
A versão falsa expõe quem o consome à sérios riscos, já que contém níveis significativos de glicosídeos cardiotônicos, que alteram a frequência cardíaca e podem levar a problemas do coração.
A auxiliar administrativa Sabrina Ribeiro passou pela situação ao comprar um saco com sementes marcadas como noz-da-índia em um mercado municipal de São Paulo. “Tomei por quatro dias e já comecei a me sentir mal. Inclusive, passei um dia inteiro sem conseguir comer porque vomitava tudo”, explica a jovem de 23 anos. “Após ser informada da possível falsificação, comparei o produto com fotos da internet e logo vi que fui enganada”, finaliza.
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