Tumor que tem órgãos, cabelo e até dentes: como e por que eles se formam?

por | fev 24, 2017 | Saúde

Recentemente, se tornou conhecida a história de uma adolescente chinesa de 16 anos que se submeteu a uma cirurgia para retirada do apêndice, mas acabou descobrindo ter cabelo, uma placa de osso craniano e um tecido parecido com cerebelo em seus ovários.

O achado em questão é chamado de teratoma: um tumor que possui em seu interior tecido de outras partes do corpo, como os encontrados na garota, ou dentes, por exemplo. Estranho, não é? Mas mais comum do que se pensa. Entenda, a seguir, o que está por trás dessa surpresa do corpo humano.

Como e por que se forma um teratoma? 

Ainda não se sabe o que desencadeia a formação de tecidos tão diversos nos ovários, mas são conhecidas as estruturas que dão origem a eles.

O oncologista João Soares Nunes, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, explica que o tumor se origina de tecidos embrionários, semelhantes aos que formam o embrião no útero. São as células-tronco presentes neles que têm a capacidade de se transformar em qualquer parte do corpo.

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Metástase 

Os teratomas raramente são malignos. Quando existe essa característica, ele é chamado de teratoma imaturo. “Ele pode se disseminar para qualquer parte do corpo, mas, geralmente, se espalha formando outros tumores ou afetando linfonodos (ínguas) dentro do abdome”.

O que pode haver dentro de um teratoma? 

Além de cabelo, cerebelo e uma placa de osso craniano – conteúdo encontrado no teratoma da adolescente chinesa relatado em estudo científico -, podem ser encontrados em um teratoma outros tecidos do corpo humano, como gordura, dentes, cartilagem, músculo e líquidos.

Apesar da estranheza de seu conteúdo, esse tipo de tumor não é raro: ele corresponde a 10% a 20% de todos os casos de tumor ovariano.

Quem pode ter um teratoma? 

O oncologista João Soares Nunes explica que os teratomas acontecem comumente em mulheres com menos de 30 anos e, apesar de serem mais comum nos ovários, podem acontecer na região sacrococcígea (a parte mais baixa da coluna), na gônadas em geral, mediastino, peritônio, região cervical e dentro do crânio.

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