Você provavelmente já viu na rua, entre amigos ou mesmo no mundo das celebridades, casais que são fisicamente muito parecidos um com o outro. O fenômeno não é tão raro e, segundo a ciência, tem explicações curiosas e que refletem processos psicológicos bastante complexos.
Em um artigo para o site Psychology Today, Karen Wu, professora de Psicologia na Universidade do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, se baseou em dezenas de estudos para explicar por que algumas pessoas formam pares com outras fisicamente semelhantes.
Casais que são fisicamente parecidos
Uma das razões mais óbvias pelas quais alguns casais são fisicamente tão parecidos, segundo a psicóloga, está baseada em questões internas de grupo.
Pesquisas mostram que preferências por um par de uma mesma raça, por exemplo, são motivadas por uma variedade de fatores, incluindo aceitação social, percepções de semelhança e atratividade física percebida.
A inconsciente preferência por um namorado ou namorada de um mesmo grupo racial já seria capaz de reduzir significativamente as diferenças físicas. Mas somente isso, claro, não seria o suficiente.
Portanto, outro fator que entraria em jogo é o que a especialista chamou de egoísmo implícito. Estudos descobriram que as pessoas são inconscientemente atraídas por rostos semelhantes aos seus, mesmo quando as características não são tão óbvias.
Sabe aquele aplicativo de celular que faz uma brincadeira transformando rostos masculinos em rostos femininos e vice-versa? É mais ou menos isso: se você passou uma foto sua pelo filtro e considerou a imagem atraente, certamente entenderá esse conceito.
Existe ainda a ideia de efeito de familiaridade. Quando somos expostos a um determinado estímulo repetidamente, tendemos a gostar mais dele devido à facilidade de processamento. Para nossos cérebros, mais fácil significa mais agradável, explica a especialista.
E além de preferir pares fisicamente parecidos com nós mesmos, temos ainda a tendência de buscar, inconscientemente, pessoas que são semelhantes aos nossos pais, segundo indicam alguns estudos.
Por fim, a psicóloga cita também o fenômeno do mimetismo empático. Neste caso, os pares não são fisicamente tão parecidos, mas acabam se tornando semelhantes ao longo da vida.
Depois de muitos anos juntos, os casais aumentariam a empatia que sentem um pelo outro e, assim, compartilhariam emoções semelhantes. E ao processarem os sentimentos de uma mesma forma, acabariam mimetizando expressões faciais, levando até a uma musculatura facial parecida.