Infecção urinária de repetição tem cura?

por | jun 30, 2016 | Saúde

A infecção urinária é conhecida por vários sintomas: dor ao urinar, ir ao banheiro várias vezes e com pouco volume de urina, cheiro desagradável e incômodo na região da bexiga. E ela pode acabar voltando até duas vezes por ano, número em que ainda não é considerada de repetição. Mas, se ultrapassar a quantidade, é melhor ficar atenta. Quando a infecção urinária acontece na bexiga ela também é conhecida como cistite.

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A cistite é bastante desconfortável, mas sem consequências maiores. O problema é que a infecção urinária, principalmente por repetidas vezes, pode ganhar acesso ao rim e levar a um quadro clínico muito mais sério. “As cistites causam desconforto, dor e até sangramentos, mas não febre. A infecção do rim – pielonefrite – causa altas temperaturas e prostração”, conta Wladmir Alfer, urologista do Hospital Albert Einstein.

Principais causas da infecção urinária de repetição

O urologista explica que algumas mulheres são mais suscetíveis e costumam ter mais cistites. “Normalmente existem bactérias na vagina que, pela anatomia feminina, com uma uretra (canal que sai da bexiga) curta, ganham acesso facilmente até a bexiga. Urinar promove uma lavagem mecânica da bexiga, importante mecanismo de defesa”, explica. Isso significa que se você passa grandes períodos sem ir ao banheiro, está facilitando uma infecção urinária “A repetição pode facilitar bexiga crônica e dificuldade com o uso indevido e crônico de antibióticos”, diz Carlos Del Roy, coordenador da área de ginecologia do Hospital Sepaco.

“A bactéria mais comum é a Escherichia Coli, presente normalmente na vagina. Em algumas mulheres, a defesa da mucosa (revestimento) da bexiga para a presença da bactéria é menor e estas mulheres acabam tendo mais infecções”, explica Wladmir Alfer. Outras causas de infecções urinárias frequentes podem ser diabetes e doenças crônicas, como reumatismo e lúpus.

Como prevenir?

As dicas podem parecer simples, mas eficazes para evitar a proliferação de bactérias. Confira as dicas do urologista Wladmir Alfer e do ginecologista Carlos Del Roy:

  • Manter grande ingestão de líquidos e urinar pelo menos a cada 3 horas.
  • Higiene íntima em excesso pode desequilibrar a flora bacteriana vaginal. “O uso de antibióticos por longo período, além da higiene em excesso, podem fazer com que as formas mais agressivas das bactérias predominem, aumentando a chance de infecções”, explica o urologista.
  • Mantenha adequado o funcionamento do trato digestivo.
  • Use calcinhas de algodão e evite usar calças justas, como o jeans.
  • Urinar após a relação sexual diminui a chance de cistite decorrente do ato.
  • Usar sempre preservativo nas relações. “Principalmente quando não conhecer o parceiro, é importante urinar após o coito”, ressalta o ginecologista.

Como identificar?

As cistites mais leves são tratadas e curadas mais rapidamente, detectadas por sedimento urinário e cultura de urina, que identificam a infecção e o organismo que causou o problema. “Normalmente o tratamento é feito com remédio e, caso volte, é necessário procurar o médico novamente para nova avaliação”, explica o ginecologista.

No caso de mulheres na menopausa e com bacteriúria assintomática, a presença de bactérias em exames de urina não apresentam sintomas e devem seguir as orientações dos médicos: muitas vezes, podem durar por dias sem causar nenhum desconforto.

Alimentos naturais para combater infecção urinária

A dica do urologista Wladmir é consumir derivados lácteos, que ajudam a manter a flora intestinal funcionando e podem acabar auxiliando no equilíbrio. Segundo Carlos Del Roy, “o cranberry é uma ótima opção”. O urologista, por outro lado, acredita que “parece melhorar a defesa da parede vesical contra infecções. Também é vendido na forma de comprimidos”. No caso do suco de cranberry, ele pode ser consumido até três vezes ao dia.

Tratamento alternativo

Em caso de mulheres com infecção de repetição causada pela E.Coli, já existe uma vacina com efeito lisado para prevenir o problema e deve ser prescrita pelo médico. É importante não deixar de fazer exames ginecológicos anualmente, para detectar possíveis problemas: ” Infecções ginecológicas podem facilitar o aparecimento de infecções, assim como alterações na micção como, por exemplo, esvaziamento vesical inadequado (quando você não consegue urinar completamente)”, explica o urologista.