Atriz revela cicatrizes de luta contra “bactéria comedora de carne”: doença rara é devastadora

Surpreendendo a todos, a atriz Georgie Henley usou recentemente as redes sociais para fazer um desabafo. Junto de uma foto na qual mostra pela primeira vez as extensas cicatrizes que tem no braço esquerdo, a britânica afirmou que, durante muito tempo, batalhou contra uma fasciíte necrosante, doença conhecida como infecção por “ bactéria comedora de carne”.

Atriz revela cicatrizes de infecção por “bactéria comedora de carne”

Famosa especialmente por ter interpretado Lúcia na saga “As Crônicas de Nárnia”, a atriz Georgie Henley revelou nas redes sociais que, durante muito tempo, batalhou contra uma grave infecção. Exibindo de forma inédita as grandes cicatrizes que tem no braço esquerdo, ela afirmou ter vivenciado uma doença chamada fasciíte necrosante, quadro de saúde bastante agressivo cujas consequências ela escondeu por anos.

“Quando tinha 18 anos, no sexto ano da universidade, contraí fasciíte necrosante, uma infecção rara e agressiva que quase acabou com a minha vida e causou caos pelo meu corpo. Para prevenir a amputação da minha mão e do meu braço, fiz cirurgias exaustivas e invasivas, e depois cirurgias reconstrutivas extensas que resultaram em uma série de enxertos de pele e cicatrizes”, declarou a atriz.

Georgie Henley é lembrada especialmente por ter atuado em
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Na sequência, Georgie afirmou que demorou a curar-se tanto física quanto emocionalmente e que, por isso, passou anos cobrindo as cicatrizes que tem na pele. “As escondi totalmente em qualquer contexto profissional: usava bandagens, maquiagem, mangas compridas em qualquer situação em que poderia ser fotografada, calças para que pudesse colocar a mão no bolso”, pontuou.

Por fim, a atriz afirmou ter entendido que não precisa ter vergonha das marcas na pele, especialmente porque elas são um lembrete importante. “Elas são um mapa da dor que meu corpo aguentou e, acima de tudo, um lembrete da minha sobrevivência”, disse ela, agradecendo o apoio de amigos e familiares, além dos cuidados recebidos por funcionários do hospital em que tratou a doença.

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Fasciíte necrosante: o que é

De acordo com informações do NHS, o serviço de saúde britânico, a fasciíte necrosante é uma infecção rara que começa a partir de uma ferida. A doença, que pode ser causada por uma série de bactérias diferentes, começa quando uma abertura na pele – como um corte, uma picada de inseto ou a lesão criada em um procedimento cirúrgico – é infectada, algo seguido por sintomas graves que se desenvolvem muito rapidamente.

Enquanto “fasciíte” é um termo ligado à inflamação da fáscia (tecido que fica sob a pele e reveste músculos nervos, gordura e vasos sanguíneos), “necrosante” significa que a infecção gera morte dos tecidos, situação que pode levar à amputação de membros ou à morte quando não tratada rápida e adequadamente.

Em geral, os sintomas iniciais incluem:

  • Vermelhidão, inchaço e quentura na pele se espalhando rapidamente;
  • Dor forte para além da área da pele que está vermelha, inchada ou quente;
  • Febre.

Diante destes sinais, é indicado buscar atendimento médico, especialmente se eles aparecerem após um procedimento cirúrgico.

Fasciíte necrosante traz sintomas como vermelhidão, dor e quentura na pele
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Sem os cuidados adequados, a infecção tende a piorar e gerar os seguintes sintomas:

  • Úlceras, bolhas ou pontos pretos na pele;
  • Mudanças na cor da pele;
  • Pus ou líquido na região infectada;
  • Tontura;
  • Fadiga;
  • Diarreia e/ou náuseas.

Após o diagnóstico, que deve ser feito em ambiente hospitalar, podem ser administrados antibióticos para controlar a infecção e, geralmente, é necessário também realizar cirurgias para freá-la. Quando a doença não é tratada rapidamente, é possível que a grande quantidade de tecido necrosado reduza o fluxo sanguíneo na região, impedindo o antibiótico de agir. Nestes casos, é preciso remover o tecido necrosado, algo que pode levar à amputação de membros.
Apesar de grave e mortal, a fasciíte necrosante é bastante rara e, segundo o NHS, a maior parte das pessoas que acabam infectadas pela doença já têm algum problema de saúde responsável por baixar a imunidade, ou seja, prejudicar as defesas do corpo. Sendo assim, pessoas com diabetes, doenças renais, cirrose hepática e câncer, por exemplo, estão mais suscetíveis a contrair a doença.

Uma das formas de prevenir a doença é manter lesões na pele devidamente higienizadas
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Prevenir a doença, no entanto, envolve cuidados simples. São eles:

  • Higienizar com água e sabão todo e qualquer corte ou lesão de pele, mesmo que pequenas. Isso inclui arranhões e bolhas;
  • Limpar e cobrir feridas úmidas ou abertas com bandagens secas e limpas até que se curem;
  • Lavar as mãos com frequência com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel caso lavar não seja possível;
  • Cuidar de infecções fúngicas como frieiras;
  • Evitar piscinas, banheiras e lagos, rios ou oceanos caso tenha alguma lesão na pele.

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