Em meio às muitas orientações sobre como prevenir o coronavírus, passou a circular a recomendação de se tirar a barba para evitar reter vírus entre os pelos – mas isso não é necessário para todos. Saiba quais são as recomendações para barba e cabelo diante da pandemia de COVID-19.
Coronavírus: higiene da barba e do cabelo
Barba
Conforme explica o infectologista João Prats, da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo, há, sim, a recomendação de que se tire a barba para prevenir o contágio e a transmissão do SARS-CoV-2, mas ela é mais voltada para profissionais da saúde.
“Algumas sociedades estão recomendando tirar porque você pode reter secreções ali, ter contato da mão com a barba e colocar vírus lá, especialmente as mais volumosas. O vírus fica ali por um tempo e é meio perigoso, você pode não por a mão na boca, mas passa na barba e eventualmente pode acabar se contaminando”, explica o médico.
Além disso, ele afirma que a barba também pode atrapalhar na prevenção. “Para quem tem uma barba muito grossa, a máscara não veda tão bem”, esclarece Prats, lembrando que quem não é profissional da saúde não precisa se preocupar tanto assim.
“Imagina: o profissional da saúde encosta na barba e aí não dá para ficar passando álcool em gel na cara (e você nem consegue passar em toda a barba). Água e sabão ou produtos de higiene comuns são suficientes [para higienizar a barba], mas você não consegue fazer isso o tempo todo no hospital”, diz.
Para quem não é médico ou enfermeiro, não há grandes preocupações acerca da barba; para evitar que ela seja um vetor de contaminação, basta lavar as mãos com frequência, fazer uma boa higiene dos pelos faciais e evitar tocar o rosto.
Cabelo
De acordo com o infectologista, o cabelo não é uma grande preocupação para quem não é da área da saúde – mas, enquanto a recomendação da barba é nova e voltada especificamente para a situação da pandemia, profissionais de hospitais já possuem recomendações-padrão quanto aos cabelos.
“Cabelo a gente não acha que é uma grande fonte [de transmissões], mas os profissionais de saúde sempre andam de cabelo preso porque a gente tem um contato muito íntimo com os pacientes, aí você pode acabar contaminando seu cabelo se ele encostar num paciente. Isso vale para várias infecções”, diz ele.
Sendo assim, para quem não é profissional da saúde, basta higienizar os cabelos como de costume e, caso a pessoa queira tomar precauções extra ao sair de casa, basta prendê-los para que eles não encostem em nada.