De volta às redes sociais após uma pausa, Maíra Cardi explicou aos seguidores que uma das causas do hiato foi a necessidade de estar próxima da filha, Sophia, em um momento delicado. Segundo a coach, a menina de três anos ficou bastante angustiada durante o período em que o pai, Arthur Aguiar, esteve confinado no “Big Brother Brasil” (Rede Globo) – e, em dado momento, começou a exibir sintomas físicos relacionados a isso.
Maíra Cardi relata sintomas de mal-estar emocional na filha de três anos
Em seu perfil no Instagram, a influencer e coach de emagrecimento Maíra Cardi publicou um vídeo no qual explica seu afastamento recente das redes sociais. De volta, ela afirmou ter repensado o hábito de compartilhar boa parte de suas experiências pessoais na web, relatando um “adoecimento” das redes. “A internet adoeceu, e adoeceu também quem a consome. Adoecendo a mim, minha família, minha filha”, disse, explicando que o hiato foi, em partes, para estar mais próxima da filha, Sophia, após a pequena ter sintomas físicos de mal-estar emocional.
Na publicação, Maíra afirmou que tudo começou quando, durante uma conversa com a própria dermatologista sobre angústias relacionadas a colocar Sophia, de três anos, na escola, tomou conhecimento sobre casos de problemas de saúde mental em crianças. “Ela falou: ‘Maíra, eu recebo muitas crianças que fazem ‘cut’ [cortes] com tesoura, estilete, régua. […] Tem várias maneiras: arranca o cabelo, tiram casquinha [de machucado]’”, relatou Maíra.
https://www.instagram.com/p/CaZ4rrwuHnc/
Em seguida, a coach afirmou que a fala da médica a fez lembrar de um hábito recém-adquirido por Sophia. “Quando ela falou isso, na hora lembrei da Sophia que, recentemente, estava com essa mania de tirar casquinha. Apavorada, falei: ‘Dra., ela tem três anos e está fazendo isso. É possível com três anos de idade?’”, afirmou a coach, que também percebeu o surgimento de manchinhas brancas na pele de Sophia durante o “BBB”.
A influencer afirmou ainda que, embora não tenha mostrado isso aos seguidores, Sophia sofreu bastante durante a ausência do pai. “Ela olhava o celular e queria falar com o pai, começou a sofrer. Episódios esporádicos bem peculiares que, se não ficar atento, não percebe. Houve esse buraco de ‘cadê meu pai? Sumiu por muito tempo’”, relembrou Maíra, ressaltando que decidiu fazer a pausa após a situação continuar com a saída de Arthur da casa.
https://www.instagram.com/p/CRuVBXVr1rA/
“Quando ele saiu, era uma enxurrada de coisas, de trabalho. Fui com ele para grande parte do trabalho e, quando me toquei disso, parei. Falei: ‘Vou sair da internet e ficar 100% com a minha filha, entender tudo o que está acontecendo’. Parei para me dedicar à felicidade da minha filha”, narrou Maíra, que também detalhou o estado atual da filha e deixou um alerta a outros pais.
“Ela está superfeliz, superbem, são pontinhos de demonstração de ‘isso não está legal’, ‘não gostei disso que aconteceu’, que passam despercebidos, como uma casquinha, um cabelo arrancado, uma manchinha na pele. Isso leva a um lugar que a gente não sabe”, concluiu a coach.
Assista ao vídeo na íntegra:
*Atenção: o vídeo pode conter gatilhos para pessoas sensíveis ao tema suicídio.
https://www.instagram.com/p/CgcF1RcFUAV/
Ansiedade em crianças: manifestações na pele e mais
Segundo a psicóloga Alessandra Augusto, especialista em terapia cognitiva comportamental, terapia sistêmica e neuropsicopedagogia, crianças também sofrem de problemas como ansiedade e depressão, mas com certas diferenças em relação a adultos. Em geral, devido a uma falta de maturidade psicológica natural desta etapa do desenvolvimento, a criança tende a manifestar este mal-estar psíquico fisicamente em vez de verbalmente.
“É muito recorrente e comum elas se autoagredirem. Isso pode estar encaixado em um transtorno de escoriação, caracterizado pelo comportamento de arrancar a casquinha dos machucados, de não deixar eles cicatrizarem, de espremer bolinhas, coçar até ferir… Outras sugam a própria pele. Temos também a dermatilomania, um transtorno mais agudo onde a criança vai se beliscar, arrancar o próprio cabelo, cutucar a pele de forma compulsiva”, pontua a psicóloga do Espaço Terapêutico Psicoacess, no Rio de Janeiro
Isso tudo, segundo Alessandra, vem especialmente da dificuldade de entender o que se passa na própria mente. “Eu, na clínica, atendo adultos que não conseguem nomear as emoções. Sentem, mas não conseguem nomear. Se eu não consigo nomear, não consigo colocá-las em um lugar adequado. Agora, imagine uma criança! Ela se volta ao próprio corpo”, afirma a especialista, aconselhando que pais se atentem a estes pequenos hábitos.
“Os pais precisam estar atentos aos machucados, ao quanto esta criança se machuca, o quanto ela não deixa cicatrizar, o quanto ela rói as unhas”, afirma, lembrando que, ao notar sinais como estes, é interessante conversar com a criança de forma a ajudá-la a entender e nomear o que está sentindo, algo que pode, inclusive, ser feito por meio de atividades divertidas e lúdicas.
“Podemos trazer para a brincadeira, fazê-la se expressar com mímicas, desenhos, canções, é uma forma de ela lidar melhor”, afirma a psicóloga. Segundo ela, outros sintomas de ansiedade em crianças incluem:
- Alterações de apetite;
- Dificuldade para dormir;
- Irritação (especialmente matinal);
- Agitação excessiva;
- Falta de motivação;
- Preocupação excessiva com os pais e as coisas da casa;
- Tontura;
- Vazamento involuntário de urina;
- Prisão de ventre.