O diabetes é uma epidemia global e o Brasil, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz, ocupa o 4º lugar no ranking dos países com o maior número de casos, atrás de China, Índia e Estados Unidos.
Obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada são considerados alguns dos principais fatores por trás do crescimento nos índices da doença em países em desenvolvimento.
Diabetes: tipos
Quando é diabetes?
Diabetes é uma doença que ocorre quando o pâncreas não produz mais insulina suficiente ou quando o organismo não pode utilizar efetivamente a insulina produzida. A condição, quando descontrolada, traz complicações graves, segundo informa a Organização Mundial de Saúde.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença pode ser dividida em quatro diferentes tipos: diabetes tipo 1, tipo 2, gestacional e pré-diabetes.
Tipo 1
O diabetes tipo 1 atinge cerca de 5% a 10% dos pacientes com a doença. Neste caso, o pâncreas perde sua capacidade de produzir insulina devido a um defeito do sistema imunológico, levando a uma deficiência quase absoluta de insulina. Por isso, tais indivíduos precisarão usar insulina durante toda a vida, explica Mariana Frank, nutricionista funcional e consultora da Netfarma.
Tipo 2
O diabetes tipo 2 acomete 90% dos diabéticos e é resultado da combinação da diminuição da secreção de insulina e defeito na sua ação. É muito comum que pacientes com esse tipo de diabetes apresente outros fatores relacionados à condição, como obesidade e sedentarismo, por exemplo.
Na gestação
O diabetes gestacional é desenvolvido durante a gravidez e geralmente desaparece após o nascimento do bebê. Sua causa ainda é desconhecida, mas, há dois fatores de risco: aumento excessivo do peso durante a gravidez e idade da mãe acima de 35 anos.
De acordo com o ginecologista Gilberto Nagahama, do Hospital San Paolo, quando o diabetes gestacional não é controlado há risco maior de óbitos fetais tardios após a 32ª semana de gestação.
Pré-diabetes: o que é
Dá-se o nome de pré-diabetes o período que antecede o estabelecimento da doença. É mais comum em pessoas acima dos 40 anos e representa um leve aumento dos níveis de açúcar no sangue, mas não tanto a ponto de caracterizar diabetes.
Receber o diagnóstico nesta fase é muito importante. Se for tratado, há chances de reverter ou atrasar a condição, mas se não houver cuidados, como medicação e dieta que evita pré-diabetes, o paciente pode vir a desenvolver diabetes tipo 2 após cinco ou sete anos, explica Fadlo Fraige Filho, endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Sintomas da diabetes
O diabetes é considerado uma doença silenciosa, já que nem sempre apresenta sintomas claros e óbvios. Estima-se que metade dos diabéticos não sabe que sofre da condição, o que faz com que a realização regular de exames de rotina seja fundamental para evitar agravamento da condição. Procure um médico se sentir um ou mais dos sintomas abaixo:
- Sede exagerada
- Urina em excesso
- Emagrecimento sem causa aparente
- Aumento do apetite
- Cansaço
- Infecções, como as de urina e de pele
- Vista embaçada ou turva
- Má cicatrização de feridas
- Manchas escuras na pele
- Dor ou sensação de formigamento nos pés
Tratamento
Diabetes tipo 1
Segundo o Ministério da Saúde, pacientes com diabetes tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores considerados normais. Para essa medição, é aconselhável ter em casa um aparelho, chamado glicosímetro, que será capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue durante o dia-a-dia do paciente.
Diabetes tipo 2
O tratamento consiste em identificar o grau de necessidade de cada pessoa e indicar, conforme cada caso, os seguintes medicamentos/técnicas:
- Inibidores da alfaglicosidase: impedem a digestão e absorção de carboidratos no intestino
- Sulfonilureias: estimulam a produção pancreática de insulina pelas células
- Glinidas: agem também estimulando a produção de insulina pelo pâncreas
Alimentação
Além do uso de medicamentos, a prática regular de atividades físicas e o cuidado com a alimentação são medidas consideradas fundamentais para o controle do diabetes. É importante manter uma dieta com pouco açúcar e gordura, evitando comidas proibidas para diabéticos.
Quem tem diabetes deve incluir no cardápio cereais e alimentos integrais que, ricos em fibras, retardam a absorção de glicose e também ajudam na sensação de saciedade, diminuindo a fome. Vegetais, leguminosas e frutas também devem ser incorporados na dieta do diabético.
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